
Amor
Não economize amor
A flor que nunca murcha não existe. Mas isso não é trágico, é significativo.
Minha mãe descobriu algo sobre o amor que sempre me toca. Ela diz: Nunca economize amor.
Uma inspiração generosa, um ato de gentileza, um sorriso sem vergonha. Porque reprimir generosidade, amor e gentileza? O que tememos? Amar de verdade?
Sabemos que vamos morrer, que quem amamos vai morrer, provável que um antes do outro. Sabemos que o mundo dá voltas, que os afetos mudam e também as circunstâncias. E com esses saberes, tentamos nos preservar. O amor machucado é a dor mais profunda que conhecemos, mas vale a pena se defender desse ferimento? Em verdade não deveríamos abraçar essa dor?
“O luto é o preço que pagamos por ter coragem de amar os outros.” Irvin D. Yalom
Venho hoje sugerir uma singela reflexão. Não economize amor, não se proteja da prudência do medo. A intenção de amar, de transmitir afeto, e de fato amar, como sabes e pode, te protege mais do que ficar acanhado. Com o tempo percebi que as memórias que guardamos são as dos dias mais intensos, e nós desejamos acima de tudo, que as memórias mais gostosas gritem mais alto. O medo passa e é esquecido, mas os atos de amor, ficam para sempre na memória.
Mesmo que amores passem por nossas vidas, não significa que não foram amor. Amor não morre, amadurece. Cada pessoa que amei, logo percebi que com os anos, os sentimentos mais fracos caem, mas amor dura.
Amor desafia a lógica, é infinito para quem abre o coração e é por isso que não há razão para economizar. Não vivemos para sempre, não há tempo a perder.
Você luta para dar certo? Você escolhe amar ou se proteger?
Contra a finitude e o tempo, no leito de morte, é seu amor que vai protegê-lo. Será quem te ama porque os amou, ou as memórias sem arrependimento que tens por ter amado de todo o coração.
Enquanto houver vida em ti, ame, e ame completamente.
Não economize algo que é bom e infinito.
A dor de amar é sinal de coragem.