Esta página é reflexo do meu preparo enquanto me graduo.

Documento posicionamentos pessoais e informações relevantes para apresentar o serviço de psicoterapia no futuro, quando me graduar.

Ressalto que a prática da psicoterapia não é prática privativa ou exclusiva de psicólogos, conforme a declaração categórica do CFP no lançamento da resolução 13/2022 sobre a prática da psicoterapia por psicólogos. A prática da psicoterapia, portanto, na legislação, pode ser exercida livremente por psicoterapeutas e terapeutas tanto como por psicólogos, mas não me intitulo terapeuta, ou psicoterapeuta, ou psicólogo, e nem presto o serviço de psicoterapia.

Sinta-se à vontade para falar comigo nos botões de WhatsApp, só quero deixar claro que ainda não atendo.

A linguagem em alguns textos, e verbos no presente, como: “utilizo”, “faço”, “penso”, “entendo”, “contrate-me”; podem levar à interpretação de que no presente exerço a função, mas coloco esta tarja para esclarecer este ponto também. Estes textos são construídos de forma a apresentar uma página em versão final, justamente para que esteja pronta quando me graduar, além disso representam minha posição atual frente aos assuntos, porque também há uma função documental para mim escrever sobre minha trajetória e mudanças de ideias ao longo do tempo.

Arthur Lima

Autocrítica e autopunição-min

Autopunição

Autopunição injusta e cruel Autopunição Autopunição é um tema universal, mas meu foco é vencer o perfeccionismo. Observe bem esta imagem. É uma sombra originada pelo próprio indivíduo, e o ameaça tão profundamente, que até o seu corpo se retrai. Ela assumiu o controle, não é um mero pensamento. Viver sob sua constante ameaça é sofrimento puro, não só pela ansiedade e o medo, mas há ainda mais violência: vergonha, desprezo e invalidação. O sofrimento de quem convive com esse torturador interno não é originado apenas pelas circunstâncias que vive, mas especialmente pela configuração da sua mente, suas crenças e seus hábitos internos pessoais. Veja, a forma que organizamos nossa vida subjetiva, ou foi organizada em nós, impacta profundamente como processamos as experiências novas, que pensamentos nos vem à mente espontaneamente e, principalmente, o que sentimos diante deles. O perfeccionista tem um hábito fortíssimo de se punir. Sofrendo chicotadas autoinfligidas à cada “erro” que comete, ou melhor, cada tentativa, rapidinho o número de tentativas cai à zero, ele não é besta pra fazer o que faz ele apanhar. A ansiedade sentida frente às situações novas alimenta e habitua o medo. Não só pelo efetivo julgamento externo, mas especialmente pelos efeitos potencializados dessas impressões nas mãos da sombra tirânica. Ela distorce o que cada informação nova significa para reforçar a própria narrativa: de que o esforço, se não for eficaz, eficiente e ‘perfeito’, é lastimável… O medo buscará escapar da dor, lançando um feitiço poderoso sobre o corpo e sobre a mente, e, além disso sugestões mentais, ou os pensamentos automáticos: ‘Não é uma boa ideia’, ‘Vou me preparar melhor antes de começar’, ‘Preciso daquilo para me sentir seguro para começar’, ‘Que diferença faz se não for excelente?’… Eis o diagnóstico amigo perfeccionista: O tirano potencializa a dor com suas distorções; A ansiedade é resposta natural após o cálculo intuitivo sobre o risco e o benefício das situações, e sendo a relação desfavorável, avisa o medo; O medo faz a sua mágica no corpo, quimicamente, e na mente, lançando sugestões medrosas, os pensamentos que você tem espontaneamente. O resultado: Muita ansiedade, muito medo, nenhuma ação. Mas não é só isso, a sombra não brinca em serviço. Ela serve para te proteger, afinal. Ela desenvolve tecnologias para ser mais eficiente em sua tarefa: distorções e vieses de atenção, desqualificação de elogios, e é claro, tortura psíquica. Se a punição for forte o bastante, você estará seguro… Seguro e sofrendo. Conhece alguém assim? Injustiça A autopunição é injusta, simples assim. Ou você acha que a mente humana é letrada sobre virtudes e noções do que é justo? A verdade é que a mente humana é parte de um organismo, que de uma forma é complexo, mas de outra, é burramente simples. Um fato pra você: Os estímulos negativos tem um poder de marcar sua experiência subjetiva cerca de cinco vezes mais forte que os estímulos positivos. Isso, porque funciona, simples assim. Evolutivamente esse aspecto é favorável para a sobrevivência. Entenda, a tendência biológica é notadamente pragmática, o que se usa e é útil é fortalecido, o que é inútil, atrofia. Se um pensamento, por mais injusto que seja, o convence e cumpre a função que ele tinha, o registro biológico é: funciona, então repete quando precisar cumprir essa mesma função de novo. Sabendo disso, você está diante do caminho da solução desse grave problema da autopunição. Você precisa utilizar a consciência, a parte de você que recebe os pensamentos automáticos, e gerar o seu próprio voto. O medo envia o pensamento dele, você o seu. O campo de consciência, será o campo de batalha. Responda aos seus pensamentos automáticos de forma tão pragmática quanto a lei biológica. É real? É válido? É razoável? É justo? De onde vem esse pensamento? Ser refém de nossas circunstâncias e da nossa biologia é um plano meio arriscado se não tivermos tido uma infância ‘perfeita’… Quem nunca teve um trauminha? Pois é, uma hora a maturidade deve participar do jogo emocional. Atravesse a adolescência emocional; Ao enfrentar as punições, articular pensamentos mais maduros, e ir até a fonte primária da tortura psíquica, você terá a chance de enfraquecer a sombra tirânica. Se os seus pensamentos, emoções e o seu corpo voltarem para o “seu lado”, você terá maior chance de lidar com as circunstâncias com assertividade, afinal, lutar contra si e contra o mundo ao mesmo tempo é tenso, e injusto (2×1). Amigo perfeccionista, o primeiro passo para lidar com essa parte da sua condição é quebrar a injustiça da sua autopunição. Capture de volta sua habilidade da autocrítica, ela é muito útil, e é por isso que a sombra sequestra ela primeiro. Se for capaz de avaliar-se com justiça, verá que a sombra não é tão grande, e não é necessário se punir com tamanha brutalidade. A má notícia, é que a sombra não é exatamente uma ilusão. Alguns monstros são reais… Crueldade Não só punir, mas torturar. Dois questionamentos filosóficos para você: Tortura, em algum contexto, pode ser justificada? O que é crueldade? Naturalmente, é bem improvável que uma pessoa defenda o ato de tortura publicamente. Mas, e no mundo subjetivo, onde ninguém tá olhando? Quem nunca se torturou? Quem nunca se confundiu sobre a diferença entre disciplinar e punir? A verdade é que punir é mais prático, educar é laborioso. Educar requer atenção, negociação, coerência, tempo, flexibilidade e paciência. Mais fácil sermos tirânicos com nós mesmos e com os outros! Quando nos torturamos, é melhor que ninguém possa xeretar nossa mente, pelo menos não teremos represálias e julgamentos… Só os nossos! “Se as pessoas soubessem o que cada um faz em sua casa, ninguém sairia na rua.” – Nelson Rodrigues Ao tiranizarmos à nós mesmos o que acontece é o seguinte: invalidamos nossa própria subjetividade. É como se ignorássemos os sentimentos dos nossos sentimentos. Ignoramos o que eles querem dizer. Mas, há um detalhe bem importante que torna essa atitude potencialmente problemática. Se você impõe disciplina e vontade de ferro sobre suas necessidades afetivas e

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Perfeito, Perfeccionismo utópico

Perfeito

Guerra contra a perfeição Primeiras reflexões, o exagero máximo para ver o contraste revelador Um perfeccionista é um ditador que acredita em uma utopia universal em todas as dimensões que pode conceber com toda sua conscienciosidade. Deve ser perfeito! ele grita, com uma ira formidável e inflexível. Não serve do seu jeito, nem mesmo do meu jeito, mas deve ser o jeito perfeito! Engula sua preferência, e aceite o perfeito! Essa falta de empatia evolui para uma tirania se o perfeccionista investir todo o seu ser em sua fixação. Ele se torna fundamentalista, seu ideal é verdadeiro além do questionamento. O ideal se torna também dogmático, o perfeccionista assume a responsabilidade de empreender a construção da utopia, o palácio de cristal. Estética, moral, ética, arquitetura, etiqueta, vestimenta, cor dos olhos… O perfeccionista escatológico é, afinal, atento à todos os detalhes, controla todos os protocolos, dita todas as regras. E quem desrespeitá-las, bem… eu não faria isso! O que é a ira se não a manifestação do perfeccionista, de que algum idiota rompeu um limite importante? A ira é uma resposta revoltada contra a realidade. Quando uma pessoa deseja algo tão profundamente, e de forma tão rígida e enviesada, que, quando alguém desrespeita tal lei, tal valor, a única resposta cabível é a explosão. A violação se torna uma dor, provoca um sequestro cognitivo, e manifesta uma resposta límbica, emocional. Nosso ditador perfeccionista é irado. Um idealista incurável, um juiz inflexível. A patologização evolui ainda mais, quando ele se torna dogmático, fundamentalista e intolerante. Com poder, ele eliminará tudo que gere aversão em seu rígido sistema de regras, axiomas e diretrizes. Ele quer tabelar todo o comportamento humano, diagnosticar toda a imperfeição e extirpar a liberdade completamente. O futuro será totalmente previsível, o plano, sem falhas. Sinta isso em você Uma provocação: Imagine você, com pressa, entra na escada rolante. O lado direito, é para ficar livre, para que os que tem pressa poderem circular, o lado esquerdo ficam as pessoas que aguardam a escada rolante terminar o percurso. E então, uma criança fica no lado direito, ao lado da mãe, e impede a passagem. Você apressado, sobe 40 dos 100 degraus, e é impedido de continuar pela criança que bloqueia o caminho. Sua pressa é urgente, o que você sente? Raiva, irritação! Ainda mais porque você está certo! O lado direito é para ficar livre! E ainda assim, o mundo não respeita regras civis… que inusitado! É natural, a falha da humanidade… Mas! Imagine agora, que essa irritação é contínua. Tudo está no lugar errado, indo na direção errada, sendo que já existe uma solução melhor, as pessoas não fazem o certo, o que devem, há corrupção em toda parte… E assim por diante. Estamos à um passo da mania de perseguição, das teorias da conspiração. Quanto tempo até a irritação transbordar? Até as críticas mais ácidas começarem a escapulir? Quem é o perfeccionista? O perfeccionista é uma pessoa que combina dois aspectos simultâneos: conscienciosidade e neuroticismo (Big Five Personality Theory). Ela se estressa e sente muita ansiedade intensa quando entra em contato com um potencial perigo ou risco, e por poder ver muitos riscos e perigos, é intensificada sua carga de desgaste psíquico. Talvez, até mesmo a duração do estresse seja mais alta que o comum, isto é, se sente por mais tempo e se recupera mais lentamente dos episódios desgastantes. Sua mente calcula incessantemente os riscos, catástrofes e perigos detectados por sua ampla perspectiva. Imagine uma pessoa inteligente, articulada, atenta à detalhes, bem informada e marcada também por perfeccionismo. É uma tortura contínua. Some a isso, que essa pessoa teve uma infância com episódios contínuos punitivos. Cada erro, uma punição. Cada acerto, outra punição por não atingir padrões mais altos. Cada gabarito reconhecido, no máximo, como o mínimo aceitável. Escassez de elogios, invalidação de emoções da criança, afinal para ser disciplinado, ordeiro e com alta performance, ela não pode tremer a mão, precisa de concentração e precisão… engole o choro, e se concentre para tirar nota 10. Emoções são, então, inúteis. O que precisa ser enterrado sobre uma boa camada de concreto racional. Nada como uma casa arrumada, que prazer. Rotina previsível, aparência impecável. Como é bom ser perfeito. Quando as imperfeições surgirem, só empurrar pra baixo do concreto. Seja pragmático! Uma metáfora, muito conhecida no mundo da psicologia, é a de que a água representa as emoções, e puxando dessa metáfora seu significado, vou dizer-lhes como é a história do perfeccionista. Ele é um engenheiro, construtor e arquiteto de uma imensa represa hidrelétrica. O volume de água que circula, é a intensidade das emoções, a presença delas. O perfeccionista, por seu neuroticismo, tem muita água, e é bem difícil lidar com tantas vozes dentro da própria mente, especialmente quando a lei é a perfeição, e muitas situações fazem brotar muita água. Nada mais eficaz do que construir uma imensa represa de concreto forte, fazer a água parar de inundar as situações. E à cada crise, à cada tempestade, o reservatório sobe de nível. A água parada, sedimenta e começa a formar uma espessa camada submersa de uma lama escura, densa… Alguns episódios nosso engenheiro admite uma breve abertura de suas comportas. A água é libertada, sob controle é claro, e para fins muito pragmáticos… gerar eletricidade! Eu diria que eletricidade, é insight, inteligência e ideias inovadoras. Um evento apaixonante, parece mágica, e pode mudar o mundo! A depender de como a vida se desenrole, esse sistema pode funcionar muito bem. Mas… Não estou aqui para falar dos engenheiros rígidos, disciplinados e brilhantes. Mais ou menos funcionais. Estou aqui para dizer o que acontece quando o reservatório assume proporções oceânicas, ou quando o engenheiro não é capaz de abrir mais as comportas… O grande muro não tem resistência infinita. E como o engenheiro sabe, a parte mais rígida de uma estrutura é que sofre maior tensão. O que é sentir tensão? É sofrer! Quanto mais rígido, mais se sofre. E nosso engenheiro também sabe de alguns detalhes

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Responsabilidade e disciplina

Responsabilidade

Responsabilidade integral com a Vida Este valor é uma base fundamental para a realização em minha vida, é a ponte que me conecta com o mundo, que acessa experiências que desejo. É a ferramenta fundamental. A utilidade da disciplina é muito evidente, mas, particularmente, demorei muito para entender a disciplina verdadeiramente. Para poder confiar em uma promessa, tanto a intenção precisa ser crível quanto a competência, e competência é o resultado da disciplina em estágios avançados de seu processo. Confiança tem duas componentes: intenção e competência. Quando disse que quando nos conhecemos não podemos de fato confiar em nós mesmos é porque em minha vida percebi que falhava com consistência com minha palavra, minhas promessas e minhas metas. Minha imaginação, ambição e desejos eram incompatíveis com a realidade, eu ainda desconhecia os caminhos que conectam a decisão e a realização. Diante do fracasso, fui amadurecendo minha compreensão a respeito da componente capacidade, presente em cada promessa. É muito duro se dar conta de que somos incapazes, pelo menos se não formos corretos em nossos esforços e justos em nossa avaliação da situação. Sabe, é natural quando crianças, que não tenhamos bons critérios e repertório para sermos realistas, mas é imaturo na vida adulta, mantermos, e não ajustarmos, nossa noção da realidade. Esse valor para mim é um dos mais importantes para conquista da liberdade e da autonomia verdadeira. Coisas estas que valorizo muito, mas que demorei para descobrir como me relacionar verdadeiramente com elas. Quando articulo um desejo, uma meta ou um valor, normalmente imagino os benefícios e vantagens daquela conquista, mas aprendi que é preciso completar a análise articulando também o preço para se ter aquela posição almejada. Entendo que, ao testemunhar sinceramente o preço de nossos desejos – em tempo, esforço, sacrifícios, dinheiro, relacionamentos, disciplina, orgulho e humildade, superações necessárias, etc. -, automaticamente tocamos no nosso principal obstáculo interno, tocamos os grilhões que nos aprisionam em nosso estado atual. É somente ao estarmos cientes do que devemos nos desapegar para caminhar em uma direção, que de fato avaliamos se a meta é realmente desejada e se estamos munidos da intenção, determinação e capacidades necessárias. É somente quando vemos não só a meta, mas também o caminho, que podemos tomar uma decisão consciente e realista. Antes do confronto realista com o preço de cada meta, estamos apenas sonhando, estamos apenas na metade prazerosa da imaginação, pintando um quadro com nossas aspirações. A vida é uma sucessão de sacrifícios que fazemos para preservarmos algumas coisas, antes de perdermos até mesmo estas, ao nos aproximar da morte. A dúvida fundamental: Como deixar para traz as coisas supérfluas, e preservar as coisas essenciais e importantes? Simplesmente, não podemos arcar com as duras consequências de ter deixado valores importantes para trás. Diante da nossa consciência, nosso próprio juiz, sentimos emergir a determinação para “não fazer feio”. Não queremos nos decepcionar, tememos, ao avançar do tempo, a angústia e o arrependimento. Temos pavor de viver uma vida covarde e cheia de lamentos internos, e amarguras. Creio que quando percebemos que o preço dos sonhos é o sacrifício, representado pelo desapego aos valores antigos, o reordenamento dos valores atuais em valores diferentes – avaliamos com a consciência que os novos são melhores -, é quando descobrimos a imensa contribuição da responsabilidade em nossas vidas. Quando assumimos, ou melhor, reconhecemos nosso papel frente ao juiz interior, é quando interiorizamos a responsabilidade. Você presta contas a si mesmo! Não há ideia de defesa, não há armadura, não há justificativas. Quando a dor do arrependimento tentar adentrar em nosso espírito, só um coração sincero em todo o seu esforço pode resistir, mesmo que tenha fracassado em seus projetos, objetivos e intenções. A responsabilidade é o esforço sincero, o sacrifício dos valores imediatos pelos valores contemplados e desejados pela consciência. Entendo que somente mediante a experiência sincera, discutida no valor da pureza de intenção, podemos de fato desenvolver sabedoria para refinar os valores que temos e selecionar outros que não temos, mas contemplamos a relevância destes. A disciplina, normalmente não é amada espontaneamente. Só quando percebemos a relevância dela para sustentar outros valores importantes, que aprofundamos nosso entendimento sobre ela. Nosso relacionamento com ela começa como uma manipulação, a usamos para nossos fins. Admitimos que disciplina é o preço. É difícil, especialmente no início, enxergá-la como um fim em si mesma. Mas, conforme nossa sabedoria aumenta, testemunhamos o imenso prazer de: (i) dominar a vontade; (ii) de comandar o corpo e o espírito; (iii) de libertar o potencial criativo retido pelas comportas da represa da disciplina; que internalizamos ela como um valor. Um fim em si mesma. A prática da disciplina, eleva nossa habilidade com ela própria, e tal habilidade, tal músculo, faz escoar vida em nossas veias, como um estímulo viciante. Quando sentimos o ciclo completo de uma experiência, com sinceridade interior ampla, podemos avaliar o valor intrínseco dela. E quando encontramos algo valioso, que é jubiloso e cheio de vida, de satisfação, e nos preenche de significado, não deixamos escapar o registro: ‘Eu quero isso na minha vida’. A disciplina deixa de ser a lazarenta, e se torna uma amiga. Assim como a meditação profunda amadurece o desejo pelo caminho da iluminação, do contato realista com o universo, a prática da disciplina dialoga com o espírito diretamente. Persuade-nos com eficácia. É uma forma distinta de prazer, mas o hábito da disciplina, se torna como um vício. Uma pessoa que experimentou algo tão bom, não tolera viver sem a sua presença. A disciplina se torna um valor, quando praticá-la é a recompensa em si. É claro que continuamos a explorá-la, coitada, para garantir nosso sucesso e acessar outros valores tão poderosos e vitalizantes quanto ela, mas com o tempo, nosso relacionamento se torna menos manipulativo e aproveitador. Disciplina: No Pain no Gain Eu: Vou usar você para os meus objetivos! Disciplina: Que sem coração, usando assim as pessoas os valores. Seu egoísta! Eu: Quem quer rir, tem que fazer rir! […] É uma relação que começa complicada… Temos que abrir mão

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Hourglass

Mindfulness

Mindfulness Viver com atenção plena no momento presente O valor de Mindfulness significa o cânone do pensamento budista em minha vida. “Mindfulness é o que surge quando você presta atenção, de propósito, no momento presente, sem julgar, e como se sua vida dependesse disso. E o que surge é nada além da própria consciência.”- Jon Kabat-Zinn Considero este valor mais como um ideal e uma ferramenta do que um hábito em si, um valor sempre presente. Ainda é improvável para meu estado de maturidade conseguir viver em estado de alerta constante, prestando atenção em todos os eventos de minha vida com a atitude correta. Ainda assim, não posso deixar de perceber que é quando mais preencho minhas experiências de atenção total é que crio memórias significativas, e experimento momentos cheios de intensidade, em várias dimensões e qualidades. É importante destacar que não adiciono um elemento espiritual à prática de mindfulness em minha vida, e este valor significa simplesmente o treinamento da concentração, a disciplina da consciência controlável. Creio que ao ser capaz de direcionar o meu foco, posso desenvolver muitas coisas com imensa profundidade. Significa para mim ser capaz de governar a habilidade de ter foco. Entrar voluntariamente em estado de flow, entrar voluntariamente em estado de gratidão e aceitação radical da realidade, e finalmente, sentir plenamente a liberdade para direcionar a minha consciência para onde minha vontade deseje. É conhecido hoje que a prática fortalece nossa capacidade de concentração (duração, frequência, resiliência e intensidade), e também, somada à outros valores positivos, pode potencializar o bem estar como quase nenhum outro recurso. Direcionar a consciência para agradecer, pode gerar explosões de boas sensações internas e subjetivas que abastecem o corpo físico e a boa vontade como nenhuma outra ação. Em outras palavras, é como ter acesso à uma habilidade suprema de autocontrole, de não reatividade. Creio que buscar viver de forma atenta ao momento presente, por si só, traz muitos benefícios para uma pessoa, mas não paro por aí. Ao adicionar o elemento de não julgamento, o momento presente ganha um aspecto intrínseco de revelação. Se não julgar como as coisas deveriam ser – para mim -, eu passo a ver tudo como é, além da minha visão ego centrada. Assim como um cientista observa um experimento, tentando compreender a realidade, é uma pessoa que vive em atenção plena no momento presente sem julgá-lo. Tudo passa a ser uma revelação da natureza e suas leis misteriosas. Ao abandonar a necessidade de ver a natureza apenas pelo prisma do meu ego, posso ver as cores como são de fato, posso não me fechar em meus critérios e “classificar errado” alguma experiência. Para mim, sempre foi muito difícil aceitar minha incapacidade de compreender o universo, minha insuficiência de sabedoria e entendimento. Por mais que busque o conhecimento, o entendimento e a sabedoria, jamais alcançará a clareza absoluta, a régua para medir todos os eventos. Mas percebi minha doença, minha sede por conhecimento é um comportamento compensatório para evadir-me de amadurecer minha personalidade diante da “vida real”. Não há problema em explorar o conhecimento, mas o exagero fere a alma. Viver em estado de aceitação radical permanente, e prestando atenção plena, é a chave para transcender o conhecimento, a classificação. Enquanto se vive tentando catalogar os fenômenos, nossa atenção se restringe muito, não percebemos todo o resto, e se tem algo que aprendi em minha vida, foi que há uma interconectividade tão profunda na realidade, que qualquer afirmativa, por mais bem articuladas que sejam suas premissas e axiomas, sofre o imenso risco de ter ignorado variáveis importantes, mas ainda desconhecidas. Em outras palavras, as coisas dão “certo” ou “errado”, por muito mais razões do que conhecemos. Ao aceitar a insuficiência humana, poderemos caminhar mais humildes dentro do Maya, sem a sede eterna pelo entendimento supremo. E o estado de mindfulness permite a liberdade de faculdades mentais, o que ironicamente amplifica a capacidade de entendimento (intuitivo). Para mim, adotar atenção plena, não julgamento, e aceitação da realidade em tempo real, traz uma leveza como nenhuma outra experiência que já tive em minha vida. E por terem sido tão vastas as qualidades de se viver assim, optei por articular mindfulness como um valor. É importante destacar a conciliação de dois elementos: atenção e aceitação radical. Há momentos em que não consigo manter e direcionar o foco, simplesmente me escapa tal habilidade. Não sei explicar porque minha concentração pode durar 1h em um dia e 4h em outro, e não importa. Não me fixo ao passado. Ao aceitar minhas habilidades e estado de competência presente, posso me livrar de um peso inútil de culpa, de incapacidade e de ansiedade. O meu melhor de hoje, é diferente do meu melhor de ontem, ou o meu recorde. Cada dia é novo. Este valor carrega intrinsecamente, muitas semelhanças com o primeiro, incluindo a flexibilidade radical. Flexibilidade radical… Paradoxal, não? Não entendo isso como ter uma mente líquida, complacente. O primeiro valor, sobre pureza de intenção, garante uma complementariedade importante com este de mindfulness. Enquanto me mantenho honesto em relação à necessidade de uma rigidez, posso flexibilizar os parâmetros que regulam minhas decisões de insistir num caminho difícil, ou entender que atingi um limite e devo aceitá-lo. No início do século XX, Marcel Proust, fez uma intensa investigação sobre como viver a vida e escreveu um grande romance chamado Em busca do tempo perdido. No qual o título já garante a reflexão sobre toda a investigação feita por meio da literatura. Marcel Proust Como, conforme vivemos, aprendemos o que fazer com o tempo que nos resta? E como aproveitar a vida, de forma que nosso passado, já perdido, possa ter tido significado e relevância para nossas escolhas agora e no futuro? A vida não tem exatamente manual de instrução. Podemos obedecer aos mandamentos de nossa cultura, espelhar nossos ídolos e modelos, mas observando o mundo se percebe que se nasce dentro de uma cultura ou outra “ao acaso”. Cada definição de felicidade, ou meta valorosa, esta sujeita à uma

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Valores

Pureza de intenção

Intenção, sinceridade e verdade Prazer em te conhecer, posso confiar em você? Na verdade, não.Mas será que digo a verdade? Prazer em te conhecer, posso confiar em você? Na verdade, não.Mas será que digo a verdade? Meus valores Neste espaço, estão expostos os meus valores. Em cada texto, me dei a liberdade de usar o termo “nós”, pois entendo que toda a Natureza está conectada, que somos Um. Mas, embora de fato tenha essa crença, uso uma metáfora interna de que preciso convencer a mim mesmo. Há o personagem da consciência, tentando vender suas ideias, e todos as outras partes internas de uma pessoa que precisam ser persuadidas. Todos “eles”, incluindo a consciência, são eu. Embora seja útil que os valores estejam em ordem hierárquica, ainda não tenho essa clareza completa. Estão expostos, portanto, sem essa ordem particular. Este texto pertence a série sobre a descoberta e articulação dos meus valores. Discurso verdadeiro, sinceridade interior e pureza de intenção Para mim é importante desenvolver a própria casa, ou morada interior, de modo responsável. A verdade é que não podemos de fato confiarmos em nós mesmos à princípio, quando acabamos de nos conhecer. Isto é, percebermos a relevância do autoconhecimento para viver bem a própria vida. Para construir então, nossa vida, precisamos harmonizar nosso universo particular com o universo coletivo, neste último há leis naturais inquebráveis, ou as leis da física e da realidade, mais facilmente aceitadas hoje em dia. A humanidade cada vez mais amadurece nosso entendimento da realidade objetiva por meio da ciência, sobre o universo coletivo. Há pouco tempo, porém, iniciamos a investigação subjetiva da realidade com a seriedade científica moderna, por vários motivos. Percebi, estudando a literatura moral, as religiões e a filosofia, que ainda que possamos aprender muito sobre nós mesmos por meio da sabedoria das outras pessoas e de nossos ancestrais, a natureza é impermanente e constantemente muda e traz mudanças. Em algum ponto de nossa história, precisamos assumir a responsabilidade e a autonomia de representar o agente da natureza que gera a mudança. Como se pela primeira vez usássemos, de fato, o livre arbítrio. Começamos por influenciar, agora conscientes, o que mais está acessível à nossas ações. Nós mesmos, nossos pensamentos, memórias e emoções. Literalmente, exploramos à nós mesmos com intuito de organizar o conhecimento, elevar nossa eficiência pessoal, lavar crenças antigas e construir novas. É verdade que uma pessoa seja capaz de mudar o mundo, mas antes disso ela pratica sua habilidade de induzir mudança, em si mesma. A matéria-prima mais acessível, é nossa própria consciência. É quando decidimos no que vamos nos comprometer, no que vamos acreditar e como vamos viver, deliberadamente, que percebemos que precisamos “nos convencer”. E acredite, não é tarefa simples. Quantos de nós já não tentamos estabelecer metas, e por algum motivo, falhamos? Muitos dos nossos ancestrais tentaram decifrar o enigma, mas o máximo que podemos aproveitar da experiência deles, são meta estruturas, mapeamentos imprecisos e amplos. Arquétipos de vários tipos de enfrentamento pessoal e social. Ao iniciarmos esse diálogo interno, com essa parte teimosa de nós mesmos, percebemos algo mais assustador ainda. Não precisamos negociar apenas com uma entidade, somos afinal, complexos. Funcionamos como um conjunto de partes, cada qual com sua função, necessidade e interesse. Agora, a realização mais importante que percebo diante disso, é: quando estamos de fato sozinhos, nesse universo particular, incluo apenas o personagem da consciência controlável, percebemos que não vale a pena mentir para nós mesmos. Se de fato queremos ver realizada qualquer mudança originada pela consciência, precisaremos ser efetivos. E no mundo subjetivo em particular, é mais fácil perceber, que “eles” somos nós. Não vale a pena mentir para eles, não vale a pena mentir para nós mesmos. Isso tem implicações muito importantes. Fica claro que uma ação no mundo coletivo, pode ser igual para duas pessoas – olhando de fora -, mas acontecem fenômenos muito distintos. É possível realizar uma ação moral, observável, sem a intenção. Mas essa ação se qualifica como uma virtude? Está acontecendo prática verdadeira? Esta prática está construindo uma mudança, dirigida pela consciência? Poder ser que sim… Mas deixar o espaço da intenção vazio, ou corrupto, gera muitos prejuízos. Percebi que a intenção importa, e potencializa muito a relevância das experiências, objetivas e subjetivas. Quando estamos preenchidos de intencionalidade, entramos em conexão mais profunda com a realidade, uma negociação mais próxima com “eles”. Nossa experiência é um experimento que está sendo observado! Quando temos intenção, aprendemos muito mais sobre a realidade, tanto objetiva quanto subjetiva. É por esse motivo, que creio ser vital que não ocultemos a verdade de nós mesmos, seja por meio de mentiras, seja por meio de omissões e até mesmo por covardia de não olhar para a nossa ignorância. Esse valor, em minha percepção é um conjunto de valores, pode-se dizer que é um meta valor. Um valor para guiar todos os outros. Ele significa ser flexível, dizer a verdade mais sincera que conseguir elaborar, sem temer a incerteza e a ignorância, sem recuar o olhar diante da escuridão do abismo de nossa insuficiência. O abismo olha de volta “Quando você olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você.” Friedrich Nietzsche, Além do Bem e do Mal Ele permite que olhemos com confiança para frente, porque cada passo que demos foi dado com muita sinceridade, da melhor forma que compreendíamos a trilha naquela época. Podemos confiar no passado, com um pouco mais de segurança e coragem. Não significa que construímos um caminho perfeito, imaculado, apenas sincero, e podemos estar sinceramente errados. Viver é eternamente ressuscitar, morrer e renovar, lapidando o entendimento com sinceridade. Dizer a verdade para si mesmo, não ocultar seus interesses e contradições, e ter a coragem de transformar pensamentos em palavras, faz com que nossa consciência controlável, comece a crescer com verdadeira integridade, sem artifícios. É o que permite que no futuro, confiemos em nós mesmos. É o que permite aceitarmos a verdade, quando entrarmos em contato com ela. “A verdade só pode ser tolerada se

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Atenção plena

O Significado da Atenção Plena A vida é uma questão de fé Se você acredita, simples assim, na possibilidade da vida ser boa. Boa de verdade. Se acredita, você escolhe viver. Se transforma e lida com às adversidades. Logo percebe que a vida boa não está ali, está aqui. Logo percebe que a paz não se encontra em lugar algum, já está imediatamente disponível para você. Quando percebemos isso, decidimos cultivar em nós mesmos a sabedoria. Uma nova forma de viver. Grande parte do aprendizado é desaprender. Depois vem aprender a tolerar e conviver com a realidade como ela é. Não é complexo. Vou repetir: Não é complexo. A vida é simples. Simples não é fácil, mas viver é maravilhoso. Vencer adversidades, ser gentil frente à hostilidade, enxergar as pessoas por trás dos seus medos. São prazeres sutis, mas profundos e duradouros. Temos que nos manter atentos, e não nos contaminar e acreditar em bobagens. Uma vida de consciência é viver prestando atenção. Sabe por que o que focamos cresce? Por que as crianças amadurecem com a atenção dos adultos? Por que o reconhecimento faz grandes sorrisos e traz satisfação genuína às pessoas? Porque atenção é nosso bem mais precioso. Tudo que verdadeiramente temos. Prestar atenção é amar. Amor faz tudo amadurecer. Viver uma vida de atenção, significa viver amando. O significado da atenção plena, da consciência profunda da realidade direcionada intencionalmente e sem julgamentos, é estar amando. É estar doando a única coisa verdadeiramente nossa. Os estoicos já diziam, foque nas coisas que estão subordinadas a você, o que você realmente possua, e não se iluda acreditando no mundo que se dissipa. A paz interna e a felicidade, se encontra quando escolhemos viver acreditando, tendo fé e prestando atenção ao espetáculo magnânimo à nossa frente. É único este momento, sua consciência agora é única. É uma oportunidade enorme sentir o prazer de estar vivo. É claro que existe sofrimento, existem situações ruins inevitáveis. Ainda assim, ao escolher a paz e o amor, podemos agir com honra. Fazer florescer uma flor de lótus branca nas situações mais difíceis. O que você presta mais atenção plena, não se distrai facilmente, é o que ama. Abraço!

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Gatsby

Suicídio

A questão fundamental da filosofia Só existe um problema filosófico realmente sério: o suicídio. Julgar se a vida vale ou não vale a pena ser vivida é responder à pergunta fundamental da filosofia. Essa é a abertura de O Mito de Sísifo, por Albert Camus. E essa magnífica obra de arte, a Pietà, a resposta ao questionamento. A vida é um enigma, e muitas vezes nós vemos apenas a face sombria da narrativa da existência. O sofrimento é necessário para atravessar o deserto, no mundo e na alma. Há uma parcela de sofrimento inevitável, outra desnecessária, mas nós optamos por tê-la ainda assim. O Mito de Sísifo Pietà O posicionamento da consciência a respeito do sofrimento, é o que define uma perspectiva que considere a vida tolerável e até mesmo valorosa. É quando voluntariamente atribuímos significado às nossas ações, que podemos tolerar o sofrimento. Não se trata de termos propósito para viver, mas enquanto vivos respondermos a nós e ao universo qual é o nosso propósito. A única fama durável é o esquecimento. O destino comum, a morte. Não se trata do que tiramos da vida, mas o que deixamos aqui. Um objeto se tornará pó, assim como nosso corpo. Mas um significado pode ser eterno, e durável para toda a humanidade. “Não há imortalidade senão a memória que fica na mente dos homens… A vida sem glória, sem deixar vestígios de sua existência, é como se sequer tivesse vivido. ” – Napoleão Bonaparte Por vias com ou sem fé, a humanidade parece convergir para conclusões a respeito de legados. Qual seria o legado da tua vida? E se importa tal legado na grande narrativa do universo. Em síntese, qualquer legado desaparecerá, o esquecimento é o destino de toda memória. Retornar ao pó o destino de toda construção física. O que poderá transcender então, acima de tudo que conhecemos, ao tempo? A memória que provoca em nossa espécie o desejo de recordá-la. A memória que, por mais que se desgaste de geração em geração, carrega uma essência imortal, que sempre é recordada. O significado é durável. Resta que respondamos: O que é significativo? E porque, qualquer que seja ele, importa no cosmo? Importa no cosmo, se continuar a preenche-lo, se continuar a existir e influenciá-lo. E só poderá continuar a existir, se os que se lembram estiverem vivos. O que é significativo? O que abre as portas da eternidade. O que favorece a vida e a continuidade da espécie, que defende-a da autodestruição. Esse significado, foi a vida de Cristo. Foi a filosofia milenar. Foi a história de Sócrates. Foi aquilo que sobreviveu ao teste do tempo. Quando um sábio é feito, ele não diz mais nada sobre si, mas sobre sabedoria em si. O sábio morre, a sabedoria verdadeira não. A verdade é a mesma, apesar de perspectivas mudarem. Histórias são recontadas, em essência. O que é eterno, é redescoberto, é percebido novamente. Não criamos a verdade.Mas vivendo sinceramente, aprendemos a viver conforme a Natureza. A nossa, a do universo.E quando estamos em harmonia com o incontrolável, somos capazes de ver a face bonita da existência. Ativamos o olhar grato, descobrimos a disposição generosa. Essa obra de arte e essa reflexão, foram para mim o segundo tesouro mais significativo em minha história. Espero que faça sentido também para você. Abraço!

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Pietà

Sentido da vida

Qual é o verdadeiro sentido da vida? Por que ter uma filosofia de vida, um significado para a vida? A profunda mensagem de Jordan B. Peterson Eventualmente todos nós perguntamos: qual o sentido da vida? Se nossas vidas têm algum significado. Quando estava analisando o livro 12 regras para a vida, de Jordan Peterson, entrei em uma profunda reflexão sobre o que é que o autor queria dizer em suas meditações. Especialmente as passagens mais carregadas simbolicamente, mais poéticas. Não sei se era mesmo a intenção do autor, mas cheguei à algumas conclusões por meio dele, que mudaram profundamente minha concepção sobre fé, significado e sentido para a vida. Especialmente, foi a sétima regra, que mais penetrou no meu espírito e motivou minha busca pela compreensão da mensagem do autor. Busque o que é significativo (Não o que é conveniente), afinal o que significa algo ter significado? E colocando esta regra no pináculo da hierarquia de valores, ou seja, aplicar na vida como um todo, me levou a pensar: O que é uma vida significativa? A proposta desse texto é explorar os questionamentos mais profundos da humanidade a respeito do que é significativo. A base e inspiração é a regra 7, do livro de Jordan B. Peterson. A tese central é que o ser humano enfrenta desafios colossais em sua vida, como os fardos existenciais: sofrimento, futuro, morte, mal, liberdade e a própria consciência. Viver sem refletir sobre tais aspectos da vida, pode adicionar muita dor desnecessária para a alma de uma pessoa, assassinar sua fé e esperança na vida. E viver sem significado e direção, é um mal negócio… Este é um convite para que escolha viver com responsabilidade. Ter um significado por trás de suas escolhas. O fardo da consciência Eventualmente percebemos a Natureza da vida, a indiferença da existência, o absurdo. Se formos do tipo questionador e sensíveis para perceber coisas além de nós mesmos, vemos o sofrimento do mundo, o mal no mundo. A nossa própria dor, revela muito também. A aventura pode começar quando finalmente refletimos, o que vou fazer diante de tudo isso? O aspecto aparentemente caótico da Natureza, a injustiça no mundo, o sofrimento inevitável e as questões fundamentais da filosofia, e da religião, são condições perturbadoras demais para um espírito inquieto. É preciso buscar respostas. O fardo da existência não é trivial. Temos uma imensa consciência, que nos tortura com o que é capaz de ver: o sofrimento, nossa insuficiência, o futuro, a morte, o valor externo, o bem e o mal, a corrupção e injustiça. Poucos têm a coragem para de fato investigar se há sentido na vida, sem cometer o suicídio filosófico. Antes de nos render à apatia ou à revolta, vamos tentar nos aprofundarmos no problema. A vida é sofrimento, o que fazer com isso? Vamos morrer, afinal o que fazer em relação à nossa finitude? Somos limitados, egoístas, invejosos e envergonhados. Como nos atrevemos a ousar fazer algo? O futuro é incerto? Existe destino? O que fazer hoje, com nossa consciência limitada, para descobrir o futuro? Às vezes, as coisas dão errado. O que fazer diante dessas adversidades, especialmente quando adotamos a responsabilidade? O mal existe, e nos afeta. Como lidar com ele, enfrentá-lo e vencer? Não pense você que responder essas coisas são apenas para exercitar a mente e fazer filosofia. Não confrontar sinceramente essas questões significa não articular sua filosofia de vida, não se comprometer com a coerência e não afiar sua consciência para te guiar diariamente. Nossa consciência não veio pronta, treinada e com a habilidade de nos guiar com maestria rumo ao que é certo, ou ao que é bom. Ela precisa de refinamento, e eis a razão para a maioria das pessoas temerem, profundamente, enfrentar seus conflitos pessoais mais agudos: Uma consciência que acesse uma Verdade maior, é atraída por ela. A consciência é um Juiz, capaz de torturar uma pessoa que conheça o que deve fazer, o que é certo, o que tem valor, se ela se recusar a atender seu chamado. Uma das obras mais eloquentes sobre esse aspecto da consciência é Crime e Castigo, de Dostoievsky. Conta a história de um estudante que escolhe cometer assassinato, porque não crê em Deus, nem na moralidade convencional, se enxerga como alguém autorizado a desrespeitar a lei e a tradição de sua cultura. Mas ao cometer o ato, descobre que não se conhecia tão bem assim, e embora não tenha sido capturado, sofre imensamente por seu crime. Seu principal inimigo, sua consciência. E por ser intolerável o julgamento dos próprios pensamentos, o protagonista desse romance escolhe a confissão e a penitência. Crê que se julgado, condenado e preso, será uma liberdade maior do que estar sujeito à sua consciência expandida e violada. Veja, esse momento é uma espécie de toca do coelho para o mundo das maravilhas. É um momento de escolha, pílula vermelha ou azul. Conforme uma pessoa refine sua consciência, ela se torna mais poderosa para ‘persuadir’, para nos forçar a sermos coerentes com o que já descobrirmos ser verdade. Esse é o risco de saber. Mas não pense você que não existe também um risco de não saber, de continuar optando pela inconsciência. Pare agora, porque conhecer o perigo de viver de olhos e ouvidos tapados já te leva para o primeiro risco. Mergulhando na Matrix Todos nós temos medo da morte, queremos o prazer e a segurança. Temos também uma aversão ao trabalho, ao sacrifício e à responsabilidade. Preferimos a conveniência e a simplicidade. É sofrido fazer investimentos de longo prazo, abrir mão no presente de algo bom para algo melhor no futuro. Racionalmente, faz sentido optar pelo sacrifício quando entendemos o princípio do nosso investimento, e mesmo neste caso, ainda é difícil controlar nossas emoções e optar pela gratificação tardia. Imagine agora, na hipótese de não sabermos sequer como funciona o nosso investimento no futuro. Imagine nossos antepassados criando o conceito de sacrifício aos Deuses. O sacrifício não era um ato racional, mas um ato de fé.

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Alta performance e autoconhecimento

Autoconhecimento

A importância do autoconhecimento Por muito tempo, pesquisei a importância de se aprender habilidades específicas para ser bem-sucedido. Além de habilidades, conhecimentos e experiências, que, caso combinados oferecessem vantagem competitiva no mundo profissional e empresarial. A verdade é que quanto mais explorei livros, histórias e o sucesso como uma disciplina específica, mais ficou claro que ícones, celebridades e ídolos famosos em suas áreas de atuação concordam em uma variável em específico como a fonte maior de seu sucesso. Na coletânea de entrevista com os Titãs de nossa era (pessoas reconhecidas por serem “bem-sucedidas”), o autor Tim Ferriss nota logo no início de seu imponente tomo Ferramentas de Titãs, o que é notável ao analisar tantas pessoas, e identifica o que ele vê em comum em todos esses ícones que entrevistou. Mais tarde, no segundo livro dessa natureza, Tribo de Mentores, ele reforça sua mensagem. O sucesso deixa rastro! Tim Ferriss é um dedicado estudioso em relação ao espírito humano e suas incessantes tentativas de preencher bem a vida. Suas grandes pesquisas são sobre saúde, riqueza e sabedoria. Sua fonte, pessoas que o inspiraram e demonstraram grande desempenho em uma questão em específico. Após mais de 500 entrevistas com esses Titãs, ele escreveu dois livros sobre suas descobertas. Ferramentas dos Titãs Tools of Titans Tribo de Mentores Tribe of Mentors O que as pessoa de sucesso têm em comum? Mais de 80% dos entrevistados habitualmente praticam mildfulness ou uma prática de meditação deliberada. Possuem o hábito de ouvir uma única música repedidamente para se focar. Quase a totalidade deles teve algum projeto em que trabalharam em seu tempo livre e sustentaram financeiramente, e então o submeteram à potenciais pessoas que se interessassem. Possuem a crença de que o fracasso não é durável, ou variantes dessa crença. Quase todos os entrevistados foram capazes de tornar uma fraqueza óbvia em uma clara vantagem competitiva. O ato de focar, nasce da habilidade de estar isoladamente no presente. Entrar em uma dimensão exclusiva. Seja por meio do silenciamento da mente, na viagem que uma música nos leva ou no direcionamento de si próprio rumo a uma visão própria e genuína, nosso engajamento e desempenho depende de usar toda nossa capacidade de prestar atenção, ou seja, de empregar bem a consciência. Vale ressaltar que até mesmo o silêncio da “inconsciência” é importante, que temos de nos disciplinar contra o ruído externo ao momento e à tarefa. Apesar de muitas dicas específicas, o que é verdadeiramente recorrente em 100% dos casos é a percepção do valor da própria escolha, e da própria visão. É a atitude de elaborar questões que sentem sinceramente em seu interior, e buscar as respostas. Curiosidade genuína, e desejo de amadurecimento individual. A capacidade de se enxergar, e tentar “se usar” para vencer, ou atingir o que se vislumbra. No estágio da maturidade, ou sucesso, a receita é: Desenvolva a si próprio, perceba quem é, e faça de você mesmo sua maior alavanca de sucesso. Falam de autoconhecimento e autoconsciência, somada com uma dose equilibrada de racionalidade fria e sinceridade interna. É recorrente também a concordância em relação à consistência em fazer as pequenas coisas, que afirmam categoricamente serem as verdadeiras coisas grandes. Grandes momentos, apesar de decisivos, ocorrem raramente. Pequenos desafios e escolhas, acontecem todos os dias. Ao olhar em perspectiva, as coisas pequenas, realmente são as que mais influenciam, mais estão presentes, mais contribuíram. Mas como são doses pequenas, sem perspectiva, são subestimadas. Elas falam de autoconhecimento! Os bem sucedidos falam de autoconhecimento e autoconsciência. E o curioso, é que o sucesso, ainda sendo nebulosa a definição, tem um traço em comum: É uma definição pessoal a ser alcançada e vivida. Sendo assim, depende do empenho daquele indivíduo que assim o definiu. E aqueles que vivem sua lenda pessoal, tentam alcançar sua definição, e notoriamente são reconhecidos pela sociedade, convergem em apontar que autodomínio é a peça-chave. Seja lá o que deseje, será você próprio que vai precisar arquitetar sua vida para conquistar sua visão. Quando reflito sobre isso, tudo começa a se encaixar muito bem. Para vencer uma competição acirrada, é preciso foco total e competência. Cada falta de atenção, ou negligência no treinamento, pode custar a vitória. Quando todos os competidores estão afiados e preparados, vencem os que tem maior foco e competência em fundamentos e habilidades específicas necessárias para a prova final. Em outras palavras, não é possível vencer desperdiçando energia. E afinal, o que é essa energia? Tempo? Vida? Disposição? De certo modo, até mesmo nossa disposição em um dia é influenciável por nossas escolhas conscientes, como quanto tempo dormimos ou como comemos, ou o que escolhemos descartar em nosso pensamento, e etc. Em outras palavras, como gerir e influenciar a quantidade e qualidade da misteriosa “energia”? Se passamos a nos importar demais com o que não é importante para vencer, nos distraímos do foco principal e perdemos. É por isso que é preciso que toda nossa energia seja legítima, nossa. Consciente. Um esforço autêntico, deliberado e sincero, não dá brechas para distrações e futilidades. Os lócus de controle são internos. Há também esforços habituais e quase intuitivos oriundos de muita prática deliberada, mas mesmo estes são resultados e efeito de segunda ordem, ou ordem superior, aos esforços conscientes primários ou originais. O domínio da mente é fundamental para a excelência. É mais fácil perceber a relevância da autoaceitação e do autoconhecimento em contextos esportivos competitivos, mas devido a convergência de opiniões sobre o tópico entre empresários, atletas e artistas, penso que isso possa ser uma verdade universal humana. Para ser capaz de tornar-se a melhor, ou melhor, a mais desenvolvida e madura versão de nós mesmos, necessitamos conhecer que versão é essa, visualizar com sinceridade esse potencial em todas as dimensões que formos capazes. Olhar a luz e a escuridão. É preciso também perceber em que “atualização do software” nós estamos, e que falhas são sistêmicas em nossa totalidade, que prisma temos em relação à mentalidade, à competência e ao comportamento. Em outras palavras, como

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Sucesso nos negócios

Sucesso

Quando Bill Gates, acompanhado de Warren Buffett foram até a casa de Bill Gates pai, aconteceu uma conversa muito interessante. Bill Gates pai deu um pedaço de papel em branco para cada um dos amigos e pediu que escrevessem a principal característica que fez deles bem-sucedidos, Gates filho à essa altura era um bilionário e empreendedor de sucesso consolidado, já Warren Buffet o mais bem-sucedido investidor dos EUA. Sem conversarem entre si, cada um refletiu alguns momentos, e então revelaram suas respostas. Ambos responderam a mesma coisa: Foco. Ao iniciar uma atividade empreendedora, é extremamente fácil se perder entre tantas atribuições, afinal esta não é uma carreira tradicional. Não há job description com metas bem determinadas, pré-requisitos, horários, uniformes, objetivos amplos definidos e de certa maneira, uma identidade clara. Afinal, então, o que faz um empreendedor? Quais são seus objetivos, suas funções diárias, seus horários e sua identidade? Se não haver clareza na definição, como podemos focar? Não faço essas perguntas como exercício de filosofia, tratarei sobre cada uma delas objetivamente, mas antes preciso expressar essas indagações para atingir meu objetivo com esse texto. Desejo apresentar ao final dessa leitura uma perspectiva nova, e simples, para interpretar o mundo dos negócios e seus desafios. Um painel de comando, um filtro útil para poder extrair das experiências informação útil, e clareza, para canalizar energia ao negócio de forma efetiva. Para ilustrar a ideia, pense no Homem de Ferro dentro de sua armadura. Com sua capacidade inventiva, os recursos de análise da máquina permitem que o personagem interprete assertivamente cada experiência. A máquina calcula cenários, realiza diagnósticos, mede temperaturas e informa o usuário sobre potenciais significados e consequências das circunstâncias. Tendo esse prisma, cada acontecimento se torna potencialmente uma alavanca que pode ajudá-lo a atingir seu objetivo principal. Um exemplo sobre isso, é quando se conhece uma nova pessoa com habilidades, valores e personalidade específica que pode ajudá-lo. Ao estar “calibrado”, ou “focado” em seu objetivo principal, somos capazes de analizar tudo que nos acontece sob ótica de um empreendedor e criar e influenciar as circunstâncias mais improváveis para favorecer o desenvolvimento de nosso foco. Em suma, estamos sempre focados e conectando pontos quando desenvolvemos um modelo de interpretação acessível e orientado à um objetivo. Penso que aqueles que conseguem interpretar bem suas experiências e empregar seus aprendizados de forma consistente, sem se confundir, se tornam bem-sucedidos porque mantêm perspectiva ampla e direcionada para os objetivos grandes, ao mesmo tempo que enriquecem seus próprios recursos, atividades e relacionamentos com concentração e presença nos objetivos pequenos. É da combinação paradoxal entre esses dois aspectos antagônicos que surge poder. Visualizar e ter perspectiva, ao mesmo tempo que não se distrai da atividade presente. Em síntese, ser capaz de focar nas coisas certas e que fazem sentido no longo prazo e na perspectiva máxima. O efeito de longo prazo é uma grande obra com fundações fortes, memórias relevantes, relacionamentos significativos e primor em cada “detalhe”. Para quem é esta reflexão? Escrevo para empreendedores e entusiastas. Para quem está iniciando seu empreendimento, e para quem está trabalhando, e percebeu que é empreendedor. Mas em essência, para quem deseja sucesso e aventura. Desejo aprofundar em uma definição: O que é sucesso empresarial? Na minha experiência, profissionais que são apaixonados por sua profissão não levam muito tempo para atrair mais trabalho, afinal qualidade e competência são recursos magnéticos para atrair problemas difíceis e intrigantes. Eventualmente, o sonho nos invade e imaginamos nossa própria empresa, a riqueza e o sucesso. Ser bem-sucedido em nossa profissão, útil e relevante. Queremos o trabalho estimulante, generosa recompensa, possibilidades de viajar e ser respeitado. O grande prêmio de 1 milhão de dólares é uma narrativa sedutora. Afinal, o que é ser um empresário bem-sucedido? O que é o sucesso? O que é sucesso empresarial? Sem essa definição, simplesmente não é possível focar. Afinal, o que é ser um empresário bem-sucedido? O que é o sucesso? Assim como definir o que é perfeito, definir o que é um sucesso têm um quê de filosofia e individualidade, mas para desenvolver foco e atingir um objetivo temos que saber do que isso trata de maneira concreta. Dessa forma, não deixarei a questão em aberto. Nos negócios, sucesso não é uma questão tão pessoal assim afinal. Em que cada um tem uma resposta. Sucesso, de modo amplo significa atingir o objetivo. Acertar uma flecha no centro do alvo. Sabemos que acertamos porque a flecha está lá, fincada. Miramos, medimos o impacto do vento, construímos o arco e a flecha com os materiais que nos ajudariam a atingir o objetivo para o momento de atirar. Há ainda mais um elemento, temos que acertar o alvo no tempo certo. No momento que temos a intenção, afinal podemos acertar por sorte, mas isso não nos torna bem-sucedidos, apenas sortudos. Não é uma questão filosófica, ou acertamos ou erramos o alvo. No caso em questão, o que é sucesso empresarial? Intencionalidade Temporalidade Tangibilidade Sucesso nos negócios, então precisa ser definido, como um alvo é concreto para o tiro com arco e flecha. Na analogia, o esporte está bem definido. Então intuitivamente sabemos o que é o objetivo e o que caracteriza a vitória, ou o sucesso. Do mesmo modo, precisamos saber o que é um negócio, e, munidos dessa definição, visualizaremos o alvo. Então o que é um negócio? Qual é a sua marca vermelha no centro do alvo? Um negócio é um processo de 5 etapas. Inventar, encontrar ou desenvolver algo útil ou desejável. Dois fatos úteis nesta etapa. Os motivadores viscerais do ser humano são apenas dois: evitar dor e adquirir prazer. Os objetivos centrais do cérebro humano são apenas dois: sobrevivência e economizar calorias. Um terceiro também útil, mas secundário é o de conforto. Dessa informação, nasce a concepção de que o negócio deve oferecer algo que ajude as pessoas a evitar dor e sofrimento (quanto mais imediato melhor) e a ter prazer e conforto. Além disso, na escala de desejo, propostas simples tem um apelo mais

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