
Disciplina interior e aceitação radical
Quando me recordo da minha história, foi por conta da minha curiosidade a respeito do budismo que encontrei e me aprofundei no pensamento dos estoicos.
Durante uma breve experiência de aprendizado, vi o Saṃsāra com mente de aprendiz e fiquei fascinado com o volume de aprendizado que é acessível em uma única tapeçaria.

O grande tesouro que a filosofia do budismo me ensinou foi a importância da disciplina interior. O caminho da felicidade é uma escolha, um valor. Um valor é como uma direção, não um objetivo. Não dançamos uma música para ouvir a última nota, mas para aproveitar toda a oportunidade de viver.
Creio que o budismo também tenha afetado, mais do que qualquer outra experiência, meu relacionamento com o tempo e o sofrimento. O desejo sendo a origem de todo sofrimento, nasce da separação entre o agora e o restante do tempo. Desejar o passado ou o futuro, abrindo espaço para haver tempo entre dois pontos, faz o conflito, e portanto, o sofrimento serem possíveis.
Não é fácil disciplinar a mente, mas ao compreender que preciso de sabedoria para manejar desejos e sempre me atentar para trazer o tempo para o presente, foi transformador para mim.
No futuro, gostaria de ter isso, sentir aquilo. Como experimento internamente isso agora? Como vivo, me comporto agora em concordância com esse futuro distante?
Sinto saudade do passado, deveria ter aproveitado melhor… Como resgato essa sensação, aquele relacionamento? Vivo agora em concordância com esse desejo, me torno a pessoa ao qual isso acontece.
Não podemos alcançar o futuro, ou voltar ao passado. Tudo que temos é o presente. Ao aprender a interiorizar minhas metas, dissipar a distância criada pelo tempo, aceitar a impermanência das coisas, pude experimentar mais tranquilidade. Pude começar a enfrentar a própria dificuldade de desejar.
Por fim, o último pensamento: Não existe a máxima da iluminação. Cada pessoa precisa assumir a responsabilidade de encontrar sua própria. As palavras não são o que ilumina, mas o significado das experiências que teve para descobrir todas elas.
É tolice buscar máximas, busque significado, o que preencha as SUAS. Ao olhar para elas, você se ilumina novamente. Afinal, você já tem a luz em si. Nós apenas nos esquecemos, nos distraímos com a reatividade da mente.