Esta página é reflexo do meu preparo enquanto me graduo.

Documento posicionamentos pessoais e informações relevantes para apresentar o serviço de psicoterapia no futuro, quando me graduar.

Ressalto que a prática da psicoterapia não é prática privativa ou exclusiva de psicólogos, conforme a declaração categórica do CFP no lançamento da resolução 13/2022 sobre a prática da psicoterapia por psicólogos. A prática da psicoterapia, portanto, na legislação, pode ser exercida livremente por psicoterapeutas e terapeutas tanto como por psicólogos, mas não me intitulo terapeuta, ou psicoterapeuta, ou psicólogo, e nem presto o serviço de psicoterapia.

Sinta-se à vontade para falar comigo nos botões de WhatsApp, só quero deixar claro que ainda não atendo.

A linguagem em alguns textos, e verbos no presente, como: “utilizo”, “faço”, “penso”, “entendo”, “contrate-me”; podem levar à interpretação de que no presente exerço a função, mas coloco esta tarja para esclarecer este ponto também. Estes textos são construídos de forma a apresentar uma página em versão final, justamente para que esteja pronta quando me graduar, além disso representam minha posição atual frente aos assuntos, porque também há uma função documental para mim escrever sobre minha trajetória e mudanças de ideias ao longo do tempo.

Sabedoria

Rosa vermelha do amor

Amor

Amor Não economize amor A flor que nunca murcha não existe. Mas isso não é trágico, é significativo.Minha mãe descobriu algo sobre o amor que sempre me toca. Ela diz: Nunca economize amor. Uma inspiração generosa, um ato de gentileza, um sorriso sem vergonha. Porque reprimir generosidade, amor e gentileza? O que tememos? Amar de verdade? Sabemos que vamos morrer, que quem amamos vai morrer, provável que um antes do outro. Sabemos que o mundo dá voltas, que os afetos mudam e também as circunstâncias. E com esses saberes, tentamos nos preservar. O amor machucado é a dor mais profunda que conhecemos, mas vale a pena se defender desse ferimento? Em verdade não deveríamos abraçar essa dor? “O luto é o preço que pagamos por ter coragem de amar os outros.” Irvin D. Yalom Venho hoje sugerir uma singela reflexão. Não economize amor, não se proteja da prudência do medo. A intenção de amar, de transmitir afeto, e de fato amar, como sabes e pode, te protege mais do que ficar acanhado. Com o tempo percebi que as memórias que guardamos são as dos dias mais intensos, e nós desejamos acima de tudo, que as memórias mais gostosas gritem mais alto. O medo passa e é esquecido, mas os atos de amor, ficam para sempre na memória. Mesmo que amores passem por nossas vidas, não significa que não foram amor. Amor não morre, amadurece. Cada pessoa que amei, logo percebi que com os anos, os sentimentos mais fracos caem, mas amor dura. Amor desafia a lógica, é infinito para quem abre o coração e é por isso que não há razão para economizar. Não vivemos para sempre, não há tempo a perder. Você luta para dar certo? Você escolhe amar ou se proteger?Contra a finitude e o tempo, no leito de morte, é seu amor que vai protegê-lo. Será quem te ama porque os amou, ou as memórias sem arrependimento que tens por ter amado de todo o coração. Enquanto houver vida em ti, ame, e ame completamente.Não economize algo que é bom e infinito.A dor de amar é sinal de coragem.

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Responsabilidade e disciplina

Responsabilidade

Responsabilidade integral com a Vida Este valor é uma base fundamental para a realização em minha vida, é a ponte que me conecta com o mundo, que acessa experiências que desejo. É a ferramenta fundamental. A utilidade da disciplina é muito evidente, mas, particularmente, demorei muito para entender a disciplina verdadeiramente. Para poder confiar em uma promessa, tanto a intenção precisa ser crível quanto a competência, e competência é o resultado da disciplina em estágios avançados de seu processo. Confiança tem duas componentes: intenção e competência. Quando disse que quando nos conhecemos não podemos de fato confiar em nós mesmos é porque em minha vida percebi que falhava com consistência com minha palavra, minhas promessas e minhas metas. Minha imaginação, ambição e desejos eram incompatíveis com a realidade, eu ainda desconhecia os caminhos que conectam a decisão e a realização. Diante do fracasso, fui amadurecendo minha compreensão a respeito da componente capacidade, presente em cada promessa. É muito duro se dar conta de que somos incapazes, pelo menos se não formos corretos em nossos esforços e justos em nossa avaliação da situação. Sabe, é natural quando crianças, que não tenhamos bons critérios e repertório para sermos realistas, mas é imaturo na vida adulta, mantermos, e não ajustarmos, nossa noção da realidade. Esse valor para mim é um dos mais importantes para conquista da liberdade e da autonomia verdadeira. Coisas estas que valorizo muito, mas que demorei para descobrir como me relacionar verdadeiramente com elas. Quando articulo um desejo, uma meta ou um valor, normalmente imagino os benefícios e vantagens daquela conquista, mas aprendi que é preciso completar a análise articulando também o preço para se ter aquela posição almejada. Entendo que, ao testemunhar sinceramente o preço de nossos desejos – em tempo, esforço, sacrifícios, dinheiro, relacionamentos, disciplina, orgulho e humildade, superações necessárias, etc. -, automaticamente tocamos no nosso principal obstáculo interno, tocamos os grilhões que nos aprisionam em nosso estado atual. É somente ao estarmos cientes do que devemos nos desapegar para caminhar em uma direção, que de fato avaliamos se a meta é realmente desejada e se estamos munidos da intenção, determinação e capacidades necessárias. É somente quando vemos não só a meta, mas também o caminho, que podemos tomar uma decisão consciente e realista. Antes do confronto realista com o preço de cada meta, estamos apenas sonhando, estamos apenas na metade prazerosa da imaginação, pintando um quadro com nossas aspirações. A vida é uma sucessão de sacrifícios que fazemos para preservarmos algumas coisas, antes de perdermos até mesmo estas, ao nos aproximar da morte. A dúvida fundamental: Como deixar para traz as coisas supérfluas, e preservar as coisas essenciais e importantes? Simplesmente, não podemos arcar com as duras consequências de ter deixado valores importantes para trás. Diante da nossa consciência, nosso próprio juiz, sentimos emergir a determinação para “não fazer feio”. Não queremos nos decepcionar, tememos, ao avançar do tempo, a angústia e o arrependimento. Temos pavor de viver uma vida covarde e cheia de lamentos internos, e amarguras. Creio que quando percebemos que o preço dos sonhos é o sacrifício, representado pelo desapego aos valores antigos, o reordenamento dos valores atuais em valores diferentes – avaliamos com a consciência que os novos são melhores -, é quando descobrimos a imensa contribuição da responsabilidade em nossas vidas. Quando assumimos, ou melhor, reconhecemos nosso papel frente ao juiz interior, é quando interiorizamos a responsabilidade. Você presta contas a si mesmo! Não há ideia de defesa, não há armadura, não há justificativas. Quando a dor do arrependimento tentar adentrar em nosso espírito, só um coração sincero em todo o seu esforço pode resistir, mesmo que tenha fracassado em seus projetos, objetivos e intenções. A responsabilidade é o esforço sincero, o sacrifício dos valores imediatos pelos valores contemplados e desejados pela consciência. Entendo que somente mediante a experiência sincera, discutida no valor da pureza de intenção, podemos de fato desenvolver sabedoria para refinar os valores que temos e selecionar outros que não temos, mas contemplamos a relevância destes. A disciplina, normalmente não é amada espontaneamente. Só quando percebemos a relevância dela para sustentar outros valores importantes, que aprofundamos nosso entendimento sobre ela. Nosso relacionamento com ela começa como uma manipulação, a usamos para nossos fins. Admitimos que disciplina é o preço. É difícil, especialmente no início, enxergá-la como um fim em si mesma. Mas, conforme nossa sabedoria aumenta, testemunhamos o imenso prazer de: (i) dominar a vontade; (ii) de comandar o corpo e o espírito; (iii) de libertar o potencial criativo retido pelas comportas da represa da disciplina; que internalizamos ela como um valor. Um fim em si mesma. A prática da disciplina, eleva nossa habilidade com ela própria, e tal habilidade, tal músculo, faz escoar vida em nossas veias, como um estímulo viciante. Quando sentimos o ciclo completo de uma experiência, com sinceridade interior ampla, podemos avaliar o valor intrínseco dela. E quando encontramos algo valioso, que é jubiloso e cheio de vida, de satisfação, e nos preenche de significado, não deixamos escapar o registro: ‘Eu quero isso na minha vida’. A disciplina deixa de ser a lazarenta, e se torna uma amiga. Assim como a meditação profunda amadurece o desejo pelo caminho da iluminação, do contato realista com o universo, a prática da disciplina dialoga com o espírito diretamente. Persuade-nos com eficácia. É uma forma distinta de prazer, mas o hábito da disciplina, se torna como um vício. Uma pessoa que experimentou algo tão bom, não tolera viver sem a sua presença. A disciplina se torna um valor, quando praticá-la é a recompensa em si. É claro que continuamos a explorá-la, coitada, para garantir nosso sucesso e acessar outros valores tão poderosos e vitalizantes quanto ela, mas com o tempo, nosso relacionamento se torna menos manipulativo e aproveitador. Disciplina: No Pain no Gain Eu: Vou usar você para os meus objetivos! Disciplina: Que sem coração, usando assim as pessoas os valores. Seu egoísta! Eu: Quem quer rir, tem que fazer rir! […] É uma relação que começa complicada… Temos que abrir mão

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Hourglass

Mindfulness

Mindfulness Viver com atenção plena no momento presente O valor de Mindfulness significa o cânone do pensamento budista em minha vida. “Mindfulness é o que surge quando você presta atenção, de propósito, no momento presente, sem julgar, e como se sua vida dependesse disso. E o que surge é nada além da própria consciência.”- Jon Kabat-Zinn Considero este valor mais como um ideal e uma ferramenta do que um hábito em si, um valor sempre presente. Ainda é improvável para meu estado de maturidade conseguir viver em estado de alerta constante, prestando atenção em todos os eventos de minha vida com a atitude correta. Ainda assim, não posso deixar de perceber que é quando mais preencho minhas experiências de atenção total é que crio memórias significativas, e experimento momentos cheios de intensidade, em várias dimensões e qualidades. É importante destacar que não adiciono um elemento espiritual à prática de mindfulness em minha vida, e este valor significa simplesmente o treinamento da concentração, a disciplina da consciência controlável. Creio que ao ser capaz de direcionar o meu foco, posso desenvolver muitas coisas com imensa profundidade. Significa para mim ser capaz de governar a habilidade de ter foco. Entrar voluntariamente em estado de flow, entrar voluntariamente em estado de gratidão e aceitação radical da realidade, e finalmente, sentir plenamente a liberdade para direcionar a minha consciência para onde minha vontade deseje. É conhecido hoje que a prática fortalece nossa capacidade de concentração (duração, frequência, resiliência e intensidade), e também, somada à outros valores positivos, pode potencializar o bem estar como quase nenhum outro recurso. Direcionar a consciência para agradecer, pode gerar explosões de boas sensações internas e subjetivas que abastecem o corpo físico e a boa vontade como nenhuma outra ação. Em outras palavras, é como ter acesso à uma habilidade suprema de autocontrole, de não reatividade. Creio que buscar viver de forma atenta ao momento presente, por si só, traz muitos benefícios para uma pessoa, mas não paro por aí. Ao adicionar o elemento de não julgamento, o momento presente ganha um aspecto intrínseco de revelação. Se não julgar como as coisas deveriam ser – para mim -, eu passo a ver tudo como é, além da minha visão ego centrada. Assim como um cientista observa um experimento, tentando compreender a realidade, é uma pessoa que vive em atenção plena no momento presente sem julgá-lo. Tudo passa a ser uma revelação da natureza e suas leis misteriosas. Ao abandonar a necessidade de ver a natureza apenas pelo prisma do meu ego, posso ver as cores como são de fato, posso não me fechar em meus critérios e “classificar errado” alguma experiência. Para mim, sempre foi muito difícil aceitar minha incapacidade de compreender o universo, minha insuficiência de sabedoria e entendimento. Por mais que busque o conhecimento, o entendimento e a sabedoria, jamais alcançará a clareza absoluta, a régua para medir todos os eventos. Mas percebi minha doença, minha sede por conhecimento é um comportamento compensatório para evadir-me de amadurecer minha personalidade diante da “vida real”. Não há problema em explorar o conhecimento, mas o exagero fere a alma. Viver em estado de aceitação radical permanente, e prestando atenção plena, é a chave para transcender o conhecimento, a classificação. Enquanto se vive tentando catalogar os fenômenos, nossa atenção se restringe muito, não percebemos todo o resto, e se tem algo que aprendi em minha vida, foi que há uma interconectividade tão profunda na realidade, que qualquer afirmativa, por mais bem articuladas que sejam suas premissas e axiomas, sofre o imenso risco de ter ignorado variáveis importantes, mas ainda desconhecidas. Em outras palavras, as coisas dão “certo” ou “errado”, por muito mais razões do que conhecemos. Ao aceitar a insuficiência humana, poderemos caminhar mais humildes dentro do Maya, sem a sede eterna pelo entendimento supremo. E o estado de mindfulness permite a liberdade de faculdades mentais, o que ironicamente amplifica a capacidade de entendimento (intuitivo). Para mim, adotar atenção plena, não julgamento, e aceitação da realidade em tempo real, traz uma leveza como nenhuma outra experiência que já tive em minha vida. E por terem sido tão vastas as qualidades de se viver assim, optei por articular mindfulness como um valor. É importante destacar a conciliação de dois elementos: atenção e aceitação radical. Há momentos em que não consigo manter e direcionar o foco, simplesmente me escapa tal habilidade. Não sei explicar porque minha concentração pode durar 1h em um dia e 4h em outro, e não importa. Não me fixo ao passado. Ao aceitar minhas habilidades e estado de competência presente, posso me livrar de um peso inútil de culpa, de incapacidade e de ansiedade. O meu melhor de hoje, é diferente do meu melhor de ontem, ou o meu recorde. Cada dia é novo. Este valor carrega intrinsecamente, muitas semelhanças com o primeiro, incluindo a flexibilidade radical. Flexibilidade radical… Paradoxal, não? Não entendo isso como ter uma mente líquida, complacente. O primeiro valor, sobre pureza de intenção, garante uma complementariedade importante com este de mindfulness. Enquanto me mantenho honesto em relação à necessidade de uma rigidez, posso flexibilizar os parâmetros que regulam minhas decisões de insistir num caminho difícil, ou entender que atingi um limite e devo aceitá-lo. No início do século XX, Marcel Proust, fez uma intensa investigação sobre como viver a vida e escreveu um grande romance chamado Em busca do tempo perdido. No qual o título já garante a reflexão sobre toda a investigação feita por meio da literatura. Marcel Proust Como, conforme vivemos, aprendemos o que fazer com o tempo que nos resta? E como aproveitar a vida, de forma que nosso passado, já perdido, possa ter tido significado e relevância para nossas escolhas agora e no futuro? A vida não tem exatamente manual de instrução. Podemos obedecer aos mandamentos de nossa cultura, espelhar nossos ídolos e modelos, mas observando o mundo se percebe que se nasce dentro de uma cultura ou outra “ao acaso”. Cada definição de felicidade, ou meta valorosa, esta sujeita à uma

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Valores

Pureza de intenção

Intenção, sinceridade e verdade Prazer em te conhecer, posso confiar em você? Na verdade, não.Mas será que digo a verdade? Prazer em te conhecer, posso confiar em você? Na verdade, não.Mas será que digo a verdade? Meus valores Neste espaço, estão expostos os meus valores. Em cada texto, me dei a liberdade de usar o termo “nós”, pois entendo que toda a Natureza está conectada, que somos Um. Mas, embora de fato tenha essa crença, uso uma metáfora interna de que preciso convencer a mim mesmo. Há o personagem da consciência, tentando vender suas ideias, e todos as outras partes internas de uma pessoa que precisam ser persuadidas. Todos “eles”, incluindo a consciência, são eu. Embora seja útil que os valores estejam em ordem hierárquica, ainda não tenho essa clareza completa. Estão expostos, portanto, sem essa ordem particular. Este texto pertence a série sobre a descoberta e articulação dos meus valores. Discurso verdadeiro, sinceridade interior e pureza de intenção Para mim é importante desenvolver a própria casa, ou morada interior, de modo responsável. A verdade é que não podemos de fato confiarmos em nós mesmos à princípio, quando acabamos de nos conhecer. Isto é, percebermos a relevância do autoconhecimento para viver bem a própria vida. Para construir então, nossa vida, precisamos harmonizar nosso universo particular com o universo coletivo, neste último há leis naturais inquebráveis, ou as leis da física e da realidade, mais facilmente aceitadas hoje em dia. A humanidade cada vez mais amadurece nosso entendimento da realidade objetiva por meio da ciência, sobre o universo coletivo. Há pouco tempo, porém, iniciamos a investigação subjetiva da realidade com a seriedade científica moderna, por vários motivos. Percebi, estudando a literatura moral, as religiões e a filosofia, que ainda que possamos aprender muito sobre nós mesmos por meio da sabedoria das outras pessoas e de nossos ancestrais, a natureza é impermanente e constantemente muda e traz mudanças. Em algum ponto de nossa história, precisamos assumir a responsabilidade e a autonomia de representar o agente da natureza que gera a mudança. Como se pela primeira vez usássemos, de fato, o livre arbítrio. Começamos por influenciar, agora conscientes, o que mais está acessível à nossas ações. Nós mesmos, nossos pensamentos, memórias e emoções. Literalmente, exploramos à nós mesmos com intuito de organizar o conhecimento, elevar nossa eficiência pessoal, lavar crenças antigas e construir novas. É verdade que uma pessoa seja capaz de mudar o mundo, mas antes disso ela pratica sua habilidade de induzir mudança, em si mesma. A matéria-prima mais acessível, é nossa própria consciência. É quando decidimos no que vamos nos comprometer, no que vamos acreditar e como vamos viver, deliberadamente, que percebemos que precisamos “nos convencer”. E acredite, não é tarefa simples. Quantos de nós já não tentamos estabelecer metas, e por algum motivo, falhamos? Muitos dos nossos ancestrais tentaram decifrar o enigma, mas o máximo que podemos aproveitar da experiência deles, são meta estruturas, mapeamentos imprecisos e amplos. Arquétipos de vários tipos de enfrentamento pessoal e social. Ao iniciarmos esse diálogo interno, com essa parte teimosa de nós mesmos, percebemos algo mais assustador ainda. Não precisamos negociar apenas com uma entidade, somos afinal, complexos. Funcionamos como um conjunto de partes, cada qual com sua função, necessidade e interesse. Agora, a realização mais importante que percebo diante disso, é: quando estamos de fato sozinhos, nesse universo particular, incluo apenas o personagem da consciência controlável, percebemos que não vale a pena mentir para nós mesmos. Se de fato queremos ver realizada qualquer mudança originada pela consciência, precisaremos ser efetivos. E no mundo subjetivo em particular, é mais fácil perceber, que “eles” somos nós. Não vale a pena mentir para eles, não vale a pena mentir para nós mesmos. Isso tem implicações muito importantes. Fica claro que uma ação no mundo coletivo, pode ser igual para duas pessoas – olhando de fora -, mas acontecem fenômenos muito distintos. É possível realizar uma ação moral, observável, sem a intenção. Mas essa ação se qualifica como uma virtude? Está acontecendo prática verdadeira? Esta prática está construindo uma mudança, dirigida pela consciência? Poder ser que sim… Mas deixar o espaço da intenção vazio, ou corrupto, gera muitos prejuízos. Percebi que a intenção importa, e potencializa muito a relevância das experiências, objetivas e subjetivas. Quando estamos preenchidos de intencionalidade, entramos em conexão mais profunda com a realidade, uma negociação mais próxima com “eles”. Nossa experiência é um experimento que está sendo observado! Quando temos intenção, aprendemos muito mais sobre a realidade, tanto objetiva quanto subjetiva. É por esse motivo, que creio ser vital que não ocultemos a verdade de nós mesmos, seja por meio de mentiras, seja por meio de omissões e até mesmo por covardia de não olhar para a nossa ignorância. Esse valor, em minha percepção é um conjunto de valores, pode-se dizer que é um meta valor. Um valor para guiar todos os outros. Ele significa ser flexível, dizer a verdade mais sincera que conseguir elaborar, sem temer a incerteza e a ignorância, sem recuar o olhar diante da escuridão do abismo de nossa insuficiência. O abismo olha de volta “Quando você olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você.” Friedrich Nietzsche, Além do Bem e do Mal Ele permite que olhemos com confiança para frente, porque cada passo que demos foi dado com muita sinceridade, da melhor forma que compreendíamos a trilha naquela época. Podemos confiar no passado, com um pouco mais de segurança e coragem. Não significa que construímos um caminho perfeito, imaculado, apenas sincero, e podemos estar sinceramente errados. Viver é eternamente ressuscitar, morrer e renovar, lapidando o entendimento com sinceridade. Dizer a verdade para si mesmo, não ocultar seus interesses e contradições, e ter a coragem de transformar pensamentos em palavras, faz com que nossa consciência controlável, comece a crescer com verdadeira integridade, sem artifícios. É o que permite que no futuro, confiemos em nós mesmos. É o que permite aceitarmos a verdade, quando entrarmos em contato com ela. “A verdade só pode ser tolerada se

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Atenção plena

O Significado da Atenção Plena A vida é uma questão de fé Se você acredita, simples assim, na possibilidade da vida ser boa. Boa de verdade. Se acredita, você escolhe viver. Se transforma e lida com às adversidades. Logo percebe que a vida boa não está ali, está aqui. Logo percebe que a paz não se encontra em lugar algum, já está imediatamente disponível para você. Quando percebemos isso, decidimos cultivar em nós mesmos a sabedoria. Uma nova forma de viver. Grande parte do aprendizado é desaprender. Depois vem aprender a tolerar e conviver com a realidade como ela é. Não é complexo. Vou repetir: Não é complexo. A vida é simples. Simples não é fácil, mas viver é maravilhoso. Vencer adversidades, ser gentil frente à hostilidade, enxergar as pessoas por trás dos seus medos. São prazeres sutis, mas profundos e duradouros. Temos que nos manter atentos, e não nos contaminar e acreditar em bobagens. Uma vida de consciência é viver prestando atenção. Sabe por que o que focamos cresce? Por que as crianças amadurecem com a atenção dos adultos? Por que o reconhecimento faz grandes sorrisos e traz satisfação genuína às pessoas? Porque atenção é nosso bem mais precioso. Tudo que verdadeiramente temos. Prestar atenção é amar. Amor faz tudo amadurecer. Viver uma vida de atenção, significa viver amando. O significado da atenção plena, da consciência profunda da realidade direcionada intencionalmente e sem julgamentos, é estar amando. É estar doando a única coisa verdadeiramente nossa. Os estoicos já diziam, foque nas coisas que estão subordinadas a você, o que você realmente possua, e não se iluda acreditando no mundo que se dissipa. A paz interna e a felicidade, se encontra quando escolhemos viver acreditando, tendo fé e prestando atenção ao espetáculo magnânimo à nossa frente. É único este momento, sua consciência agora é única. É uma oportunidade enorme sentir o prazer de estar vivo. É claro que existe sofrimento, existem situações ruins inevitáveis. Ainda assim, ao escolher a paz e o amor, podemos agir com honra. Fazer florescer uma flor de lótus branca nas situações mais difíceis. O que você presta mais atenção plena, não se distrai facilmente, é o que ama. Abraço!

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Gatsby

Suicídio

A questão fundamental da filosofia Só existe um problema filosófico realmente sério: o suicídio. Julgar se a vida vale ou não vale a pena ser vivida é responder à pergunta fundamental da filosofia. Essa é a abertura de O Mito de Sísifo, por Albert Camus. E essa magnífica obra de arte, a Pietà, a resposta ao questionamento. A vida é um enigma, e muitas vezes nós vemos apenas a face sombria da narrativa da existência. O sofrimento é necessário para atravessar o deserto, no mundo e na alma. Há uma parcela de sofrimento inevitável, outra desnecessária, mas nós optamos por tê-la ainda assim. O Mito de Sísifo Pietà O posicionamento da consciência a respeito do sofrimento, é o que define uma perspectiva que considere a vida tolerável e até mesmo valorosa. É quando voluntariamente atribuímos significado às nossas ações, que podemos tolerar o sofrimento. Não se trata de termos propósito para viver, mas enquanto vivos respondermos a nós e ao universo qual é o nosso propósito. A única fama durável é o esquecimento. O destino comum, a morte. Não se trata do que tiramos da vida, mas o que deixamos aqui. Um objeto se tornará pó, assim como nosso corpo. Mas um significado pode ser eterno, e durável para toda a humanidade. “Não há imortalidade senão a memória que fica na mente dos homens… A vida sem glória, sem deixar vestígios de sua existência, é como se sequer tivesse vivido. ” – Napoleão Bonaparte Por vias com ou sem fé, a humanidade parece convergir para conclusões a respeito de legados. Qual seria o legado da tua vida? E se importa tal legado na grande narrativa do universo. Em síntese, qualquer legado desaparecerá, o esquecimento é o destino de toda memória. Retornar ao pó o destino de toda construção física. O que poderá transcender então, acima de tudo que conhecemos, ao tempo? A memória que provoca em nossa espécie o desejo de recordá-la. A memória que, por mais que se desgaste de geração em geração, carrega uma essência imortal, que sempre é recordada. O significado é durável. Resta que respondamos: O que é significativo? E porque, qualquer que seja ele, importa no cosmo? Importa no cosmo, se continuar a preenche-lo, se continuar a existir e influenciá-lo. E só poderá continuar a existir, se os que se lembram estiverem vivos. O que é significativo? O que abre as portas da eternidade. O que favorece a vida e a continuidade da espécie, que defende-a da autodestruição. Esse significado, foi a vida de Cristo. Foi a filosofia milenar. Foi a história de Sócrates. Foi aquilo que sobreviveu ao teste do tempo. Quando um sábio é feito, ele não diz mais nada sobre si, mas sobre sabedoria em si. O sábio morre, a sabedoria verdadeira não. A verdade é a mesma, apesar de perspectivas mudarem. Histórias são recontadas, em essência. O que é eterno, é redescoberto, é percebido novamente. Não criamos a verdade.Mas vivendo sinceramente, aprendemos a viver conforme a Natureza. A nossa, a do universo.E quando estamos em harmonia com o incontrolável, somos capazes de ver a face bonita da existência. Ativamos o olhar grato, descobrimos a disposição generosa. Essa obra de arte e essa reflexão, foram para mim o segundo tesouro mais significativo em minha história. Espero que faça sentido também para você. Abraço!

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Pietà

Sentido da vida

Qual é o verdadeiro sentido da vida? Por que ter uma filosofia de vida, um significado para a vida? A profunda mensagem de Jordan B. Peterson Eventualmente todos nós perguntamos: qual o sentido da vida? Se nossas vidas têm algum significado. Quando estava analisando o livro 12 regras para a vida, de Jordan Peterson, entrei em uma profunda reflexão sobre o que é que o autor queria dizer em suas meditações. Especialmente as passagens mais carregadas simbolicamente, mais poéticas. Não sei se era mesmo a intenção do autor, mas cheguei à algumas conclusões por meio dele, que mudaram profundamente minha concepção sobre fé, significado e sentido para a vida. Especialmente, foi a sétima regra, que mais penetrou no meu espírito e motivou minha busca pela compreensão da mensagem do autor. Busque o que é significativo (Não o que é conveniente), afinal o que significa algo ter significado? E colocando esta regra no pináculo da hierarquia de valores, ou seja, aplicar na vida como um todo, me levou a pensar: O que é uma vida significativa? A proposta desse texto é explorar os questionamentos mais profundos da humanidade a respeito do que é significativo. A base e inspiração é a regra 7, do livro de Jordan B. Peterson. A tese central é que o ser humano enfrenta desafios colossais em sua vida, como os fardos existenciais: sofrimento, futuro, morte, mal, liberdade e a própria consciência. Viver sem refletir sobre tais aspectos da vida, pode adicionar muita dor desnecessária para a alma de uma pessoa, assassinar sua fé e esperança na vida. E viver sem significado e direção, é um mal negócio… Este é um convite para que escolha viver com responsabilidade. Ter um significado por trás de suas escolhas. O fardo da consciência Eventualmente percebemos a Natureza da vida, a indiferença da existência, o absurdo. Se formos do tipo questionador e sensíveis para perceber coisas além de nós mesmos, vemos o sofrimento do mundo, o mal no mundo. A nossa própria dor, revela muito também. A aventura pode começar quando finalmente refletimos, o que vou fazer diante de tudo isso? O aspecto aparentemente caótico da Natureza, a injustiça no mundo, o sofrimento inevitável e as questões fundamentais da filosofia, e da religião, são condições perturbadoras demais para um espírito inquieto. É preciso buscar respostas. O fardo da existência não é trivial. Temos uma imensa consciência, que nos tortura com o que é capaz de ver: o sofrimento, nossa insuficiência, o futuro, a morte, o valor externo, o bem e o mal, a corrupção e injustiça. Poucos têm a coragem para de fato investigar se há sentido na vida, sem cometer o suicídio filosófico. Antes de nos render à apatia ou à revolta, vamos tentar nos aprofundarmos no problema. A vida é sofrimento, o que fazer com isso? Vamos morrer, afinal o que fazer em relação à nossa finitude? Somos limitados, egoístas, invejosos e envergonhados. Como nos atrevemos a ousar fazer algo? O futuro é incerto? Existe destino? O que fazer hoje, com nossa consciência limitada, para descobrir o futuro? Às vezes, as coisas dão errado. O que fazer diante dessas adversidades, especialmente quando adotamos a responsabilidade? O mal existe, e nos afeta. Como lidar com ele, enfrentá-lo e vencer? Não pense você que responder essas coisas são apenas para exercitar a mente e fazer filosofia. Não confrontar sinceramente essas questões significa não articular sua filosofia de vida, não se comprometer com a coerência e não afiar sua consciência para te guiar diariamente. Nossa consciência não veio pronta, treinada e com a habilidade de nos guiar com maestria rumo ao que é certo, ou ao que é bom. Ela precisa de refinamento, e eis a razão para a maioria das pessoas temerem, profundamente, enfrentar seus conflitos pessoais mais agudos: Uma consciência que acesse uma Verdade maior, é atraída por ela. A consciência é um Juiz, capaz de torturar uma pessoa que conheça o que deve fazer, o que é certo, o que tem valor, se ela se recusar a atender seu chamado. Uma das obras mais eloquentes sobre esse aspecto da consciência é Crime e Castigo, de Dostoievsky. Conta a história de um estudante que escolhe cometer assassinato, porque não crê em Deus, nem na moralidade convencional, se enxerga como alguém autorizado a desrespeitar a lei e a tradição de sua cultura. Mas ao cometer o ato, descobre que não se conhecia tão bem assim, e embora não tenha sido capturado, sofre imensamente por seu crime. Seu principal inimigo, sua consciência. E por ser intolerável o julgamento dos próprios pensamentos, o protagonista desse romance escolhe a confissão e a penitência. Crê que se julgado, condenado e preso, será uma liberdade maior do que estar sujeito à sua consciência expandida e violada. Veja, esse momento é uma espécie de toca do coelho para o mundo das maravilhas. É um momento de escolha, pílula vermelha ou azul. Conforme uma pessoa refine sua consciência, ela se torna mais poderosa para ‘persuadir’, para nos forçar a sermos coerentes com o que já descobrirmos ser verdade. Esse é o risco de saber. Mas não pense você que não existe também um risco de não saber, de continuar optando pela inconsciência. Pare agora, porque conhecer o perigo de viver de olhos e ouvidos tapados já te leva para o primeiro risco. Mergulhando na Matrix Todos nós temos medo da morte, queremos o prazer e a segurança. Temos também uma aversão ao trabalho, ao sacrifício e à responsabilidade. Preferimos a conveniência e a simplicidade. É sofrido fazer investimentos de longo prazo, abrir mão no presente de algo bom para algo melhor no futuro. Racionalmente, faz sentido optar pelo sacrifício quando entendemos o princípio do nosso investimento, e mesmo neste caso, ainda é difícil controlar nossas emoções e optar pela gratificação tardia. Imagine agora, na hipótese de não sabermos sequer como funciona o nosso investimento no futuro. Imagine nossos antepassados criando o conceito de sacrifício aos Deuses. O sacrifício não era um ato racional, mas um ato de fé.

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