Quando Bill Gates, acompanhado de Warren Buffett foram até a casa de Bill Gates pai, aconteceu uma conversa muito interessante. Bill Gates pai deu um pedaço de papel em branco para cada um dos amigos e pediu que escrevessem a principal característica que fez deles bem-sucedidos, Gates filho à essa altura era um bilionário e empreendedor de sucesso consolidado, já Warren Buffet o mais bem-sucedido investidor dos EUA. Sem conversarem entre si, cada um refletiu alguns momentos, e então revelaram suas respostas.
Ambos responderam a mesma coisa: Foco.
Ao iniciar uma atividade empreendedora, é extremamente fácil se perder entre tantas atribuições, afinal esta não é uma carreira tradicional. Não há job description com metas bem determinadas, pré-requisitos, horários, uniformes, objetivos amplos definidos e de certa maneira, uma identidade clara.
Afinal, então, o que faz um empreendedor? Quais são seus objetivos, suas funções diárias, seus horários e sua identidade? Se não haver clareza na definição, como podemos focar?
Não faço essas perguntas como exercício de filosofia, tratarei sobre cada uma delas objetivamente, mas antes preciso expressar essas indagações para atingir meu objetivo com esse texto. Desejo apresentar ao final dessa leitura uma perspectiva nova, e simples, para interpretar o mundo dos negócios e seus desafios. Um painel de comando, um filtro útil para poder extrair das experiências informação útil, e clareza, para canalizar energia ao negócio de forma efetiva.
Para ilustrar a ideia, pense no Homem de Ferro dentro de sua armadura. Com sua capacidade inventiva, os recursos de análise da máquina permitem que o personagem interprete assertivamente cada experiência. A máquina calcula cenários, realiza diagnósticos, mede temperaturas e informa o usuário sobre potenciais significados e consequências das circunstâncias. Tendo esse prisma, cada acontecimento se torna potencialmente uma alavanca que pode ajudá-lo a atingir seu objetivo principal. Um exemplo sobre isso, é quando se conhece uma nova pessoa com habilidades, valores e personalidade específica que pode ajudá-lo.
Ao estar “calibrado”, ou “focado” em seu objetivo principal, somos capazes de analizar tudo que nos acontece sob ótica de um empreendedor e criar e influenciar as circunstâncias mais improváveis para favorecer o desenvolvimento de nosso foco. Em suma, estamos sempre focados e conectando pontos quando desenvolvemos um modelo de interpretação acessível e orientado à um objetivo.
Penso que aqueles que conseguem interpretar bem suas experiências e empregar seus aprendizados de forma consistente, sem se confundir, se tornam bem-sucedidos porque mantêm perspectiva ampla e direcionada para os objetivos grandes, ao mesmo tempo que enriquecem seus próprios recursos, atividades e relacionamentos com concentração e presença nos objetivos pequenos.
É da combinação paradoxal entre esses dois aspectos antagônicos que surge poder. Visualizar e ter perspectiva, ao mesmo tempo que não se distrai da atividade presente. Em síntese, ser capaz de focar nas coisas certas e que fazem sentido no longo prazo e na perspectiva máxima. O efeito de longo prazo é uma grande obra com fundações fortes, memórias relevantes, relacionamentos significativos e primor em cada “detalhe”.
Para quem é esta reflexão?
Escrevo para empreendedores e entusiastas. Para quem está iniciando seu empreendimento, e para quem está trabalhando, e percebeu que é empreendedor. Mas em essência, para quem deseja sucesso e aventura. Desejo aprofundar em uma definição: O que é sucesso empresarial?
Na minha experiência, profissionais que são apaixonados por sua profissão não levam muito tempo para atrair mais trabalho, afinal qualidade e competência são recursos magnéticos para atrair problemas difíceis e intrigantes.
Eventualmente, o sonho nos invade e imaginamos nossa própria empresa, a riqueza e o sucesso. Ser bem-sucedido em nossa profissão, útil e relevante. Queremos o trabalho estimulante, generosa recompensa, possibilidades de viajar e ser respeitado. O grande prêmio de 1 milhão de dólares é uma narrativa sedutora.
Afinal, o que é ser um empresário bem-sucedido? O que é o sucesso? O que é sucesso empresarial?
Sem essa definição, simplesmente não é possível focar.
Afinal, o que é ser um empresário bem-sucedido? O que é o sucesso?
Assim como definir o que é perfeito, definir o que é um sucesso têm um quê de filosofia e individualidade, mas para desenvolver foco e atingir um objetivo temos que saber do que isso trata de maneira concreta. Dessa forma, não deixarei a questão em aberto. Nos negócios, sucesso não é uma questão tão pessoal assim afinal. Em que cada um tem uma resposta.
Sucesso, de modo amplo significa atingir o objetivo. Acertar uma flecha no centro do alvo. Sabemos que acertamos porque a flecha está lá, fincada. Miramos, medimos o impacto do vento, construímos o arco e a flecha com os materiais que nos ajudariam a atingir o objetivo para o momento de atirar. Há ainda mais um elemento, temos que acertar o alvo no tempo certo. No momento que temos a intenção, afinal podemos acertar por sorte, mas isso não nos torna bem-sucedidos, apenas sortudos.
Não é uma questão filosófica, ou acertamos ou erramos o alvo.
No caso em questão, o que é sucesso empresarial?
Sucesso nos negócios, então precisa ser definido, como um alvo é concreto para o tiro com arco e flecha. Na analogia, o esporte está bem definido. Então intuitivamente sabemos o que é o objetivo e o que caracteriza a vitória, ou o sucesso. Do mesmo modo, precisamos saber o que é um negócio, e, munidos dessa definição, visualizaremos o alvo.
Então o que é um negócio? Qual é a sua marca vermelha no centro do alvo?
Um negócio é um processo de 5 etapas.
Inventar, encontrar ou desenvolver algo útil ou desejável.
Dois fatos úteis nesta etapa.
Os motivadores viscerais do ser humano são apenas dois: evitar dor e adquirir prazer.
Os objetivos centrais do cérebro humano são apenas dois: sobrevivência e economizar calorias. Um terceiro também útil, mas secundário é o de conforto.
Dessa informação, nasce a concepção de que o negócio deve oferecer algo que ajude as pessoas a evitar dor e sofrimento (quanto mais imediato melhor) e a ter prazer e conforto. Além disso, na escala de desejo, propostas simples tem um apelo mais forte, afinal o cérebro quer economizar calorias, e entender algo novo é antieconômico.
O alvo é: criar algo que simplifique ao máximo a solução para um problema ou a conquista de prazer e conforto, sendo estes últimos quanto mais imediata a sensação, mais forte será o apelo natural da sua proposta. De forma sucinta, crie algo valioso.
Atrair pessoas interessadas e qualificadas para consumir o valor disponibilizado.
Criar consciência sobre sua atividade, sua marca, é essencial para a sua criação ter valor percebido. Sendo ‘percebido’ a palavra chave. Comunicação e clareza são cruciais nesse esforço de atrair pessoas, e não apenas sobre sua criação, mas também sobre o seu processo de geração do valor.
Atribuir um significado e contar a história por trás de uma oferta, torna-a muito mais poderosa, afinal humanos são criaturas sociais e anseiam por pertencimento, beleza e autopromoção. Afinal, negócios, assim como relacionamentos humanos, é sobre confiança. Estar próximo de algo confiável, dinâmico e significativo faz com que as pessoas acreditem que também possuem tais aspectos, ou que os valorizam. Visceralmente, queremos uma tribo capaz, famosa e bem-sucedida.
O alvo é: Ampla consciência sobre a marca, não só do valor criado, mas do processo e significado atribuído. Essa consciência fundamental, é o que constitui a confiança das pessoas no negócio, no produto e na marca.
Vender a criação por um preço que equilibre múltiplos aspectos
Já ouviu falar no conceito Skin in the Game, de Nicolas Nassim Taleb? Ou Walking the Talk, de Carolyn Taylor? Ou ‘quando o seu está na reta’, do brasileiro médio? Pois então, um negócio tem tudo a ver com isso porque tem a ver com vendas.
É fundamental que se faça e se cumpra uma promessa. Há dois desafios principais nesse quesito para atingir os objetivos de vendas, o primeiro de vencer o medo, o segundo de vencer a vergonha.
O antídoto para o medo é o preparo consciente, já da vergonha a crença verdadeira que o que você promete e oferta cumpre sua promessa. É preciso se dispor a correr um risco, mas se você souber que oferece algo de valor, que é útil, bem feito e justo, nem se trata de um risco tão grande.
Acreditar no valor da criação, e estar bem preparado faz com que vender não tenha o aspecto negativo que se firmou na mente das pessoas globalmente, mas passa a ser um comportamento de indicar a solução, quando como indicamos algo para um amigo, algo que foi bom para nós, e para tantos outros.
Sendo a segunda etapa bem-feita, as pessoas que demonstram interesse em sua divulgação estão pré-dispostas a aceitar uma oferta justa. Dado isso, a atenção precisa ser convertida em confiança, a qual é refletida em consumo.
Vale pontuar que a etapa de venda é uma etapa recorrente, e que faz parte da identidade de um negócio. Seu exercício deve ser refinado, eficiente e efetivo. Dessa forma, a frequência que um vendedor ou um mecanismo de venda é bem-sucedida é um aspecto definidor do sucesso nesta área.
O sucesso dessa etapa é também a previsibilidade que a atenção se torna venda, se há 100 pessoas interessadas, quantas se tornam clientes? Uma empresa se torna, na versão de sucesso, uma fábrica de riqueza e sua eficiência e confiabilidade se mede por sua efetividade em realizar bem essa tarefa, sendo todas as outras mantidas constantes.
O ponto central é: previsibilidade de resultados. Qual é a eficiência do motor de vendas? Não que haja um critério definido que delimita o sucesso e o fracasso, mas esta eficiência deve garantir o equilíbrio do negócio e permitir o sucesso dos outros fatores.
Outro ponto relevante nesta etapa, é que o preço pela qual o valor é quantificado deve equilibrar o valor percebido contra o obtido, os custos do empreendimento, a geração de riqueza ao empreendedor e a perpetuação do desenvolvimento da criação. Muita coisa, sim. Sucesso nos negócios não é algo tão simples assim, embora uma vez entendido, o conceito permita visualizar de maneira simples o contraste entre a realidade e o ideal de sucesso, a flecha no alvo.
O preço precisa atingir uma sensação nas pessoas que há desequilíbrio entre o valor percebido e o preço pago, que o valor percebido que recebem é desproporcionalmente maior que o preço pago, pois isso fomenta satisfação e comportamentos genuínos benéficos ao negócio. Esse efeito de segunda ordem permite ajustes de preço mais suaves no futuro, indicações genuínas, provoca sentimento de inteligência nos consumidores e expectativas calibradas.
A relação entre preço e custo é fundamental, pois um negócio que pelo valor percebido e o preço pago não permita custear a infraestrutura necessária não é viável, ao menos como negócio com fins lucrativos. Além disso, não é bem-sucedido. Logo, o preço, o volume de vendas e os custos devem atender um critério mínimo conhecido que possibilite não só continuidade, mas lucros (e investimentos) futuros.
Parte do sucesso financeiro, ocorre nesta etapa do negócio, a entrada. É preciso que a relação entre vendas, preço, volume de vendas e custos permita ao empreendedor gerar riqueza. Em outras palavras, um negócio é uma alavanca. É um instrumento de eficiência para enriquecer, afinal é do desequilíbrio das negociações que surge vantagem. Um funcionário custa x para prestar um serviço dentro da infraestrutura que rende 3x, daí e de outras negociações favoráveis ao empreendedor, cria-se o lucro.
Paradoxal quanto pareça, fazer os clientes sentirem que há mais valor do que pagaram, que funcionários sintam que ganham bem pelo que fazem, e que o todo tenha o necessário para atender muitas pessoas, é o que permite sustentar harmonia de qualidade e lucratividade. Ninguém se sente injustiçado, todos sentem-se parte de algo maior, e justamente por haver sinergia, alinhamento de fatores e eficiência, cria-se algo extraordinário.
O empreendedor, é quem permitiu tal alinhamento de elementos desconectados, e, uniu os esforços de forma que a soma não fosse aritmética, fez com que 1+1 tornar-se mais que 2. No final desse processo, o preço deve recompensar tal esforço na forma de lucros suficientemente satisfatórios para o próprio critério pessoal do empresário.
O último elemento a se equilibrar é o capital reservado para o investimento no próprio negócio, isto é, permitir que o sistema continue excelente, e também evolua com novas ideias e projetos sinérgicos. Em suma, o preço deve permitir que haja orçamento para pesquisa, desenvolvimento, investimento, inovação e manutenção de ciclos maiores. Vale pontuar, que ainda há fatores que não pertencem nesta etapa, a avaliar bem tais investimentos.
O posicionamento importa. É a chave para a riqueza desproporcional (favorável ao empreendedor) ao esforço. É a grande alavanca.
O alvo é: Converter a confiança e atenção das pessoas em vendas à preços que equilibrem custos de continuidade com a qualidade projetada (i), margens de lucros satisfatórias (ii), retorno sobre os recursos e esforço investido (iii), investimentos em desenvolvimento (iv) e o valor percebido pelo consumidor (v). Além disso, isso deve ser atingido previsivelmente (vi), conhecendo-se a matéria prima de tal etapa (A etapa anterior). O sucesso então, é multidimensional.
Cumprir a promessa de ser útil ou desejável, de forma genuína.
O valor foi criado, há atenção e as pessoas foram atraídas até ele, há interesse e confiança suficiente para acreditar em sua promessa. Neste ponto, confiança é posta a prova e satisfação é a ordem do dia.
O quarto grande objetivo de um negócio é atingir elevados níveis de satisfação, prazer, segurança, benefício e felicidade. É também quando a sua influência pode ser usada para dar sugestões que podem ser aceitas. O desejo visceral do cliente precisa ser entendido para que a proposta de valor oferte o que foi desejado, mas que também possibilite dar-lhe o que ele precisa. Você deve assumir a liderança do relacionamento e conduzir à aspiração verdadeira que leva o cliente a confiar, consumir e permanecer.
Para o sucesso, não se trata de ter clientes, mas fãs e entusiastas com fortes instintos emocionais e conexão verdadeira com o desejo que o valor criado se relaciona. Fidelidade não é uma opção para o sucesso, mas uma necessidade. O valor continuado de cada cliente deve ser alto, e, justamente permitir que as outras etapas do negócio se desenvolva de modo mais suave.
É mais barato (e fácil) vender para um cliente que já comprou (Cerca de 9 vezes), isso eleva margens de lucro. Imagine se consumir o seu produto se tornar uma hábito automático…
É feedback de usuários dos produtos e serviços ofertados que direcionam o desenvolvimento do valor. Eles geram maior clareza e nitidez sobre seus benefícios e quais são reconhecidos e valorizados pelo cliente. Feedback te guia para entender quais são os destinos aspiracionais destes clientes e de futuros consumidores potenciais. Destinos aspiracionais são as narrativas alvo que levaram um cliente a consumir seu produto. É por imaginar-se dirigindo uma Ferrari, que uma pessoa compra uma Ferrari. No fim, trata-se de um destino emocional subjetivo, e não uma realidade concreta…
O relacionamento é o maior ativo do negócio, com todas as pessoas envolvidas nesta etapa. Clientes, fornecedores, funcionários e parceiros. É da natureza genuína e da confiança que surgem fenômenos extraordinários no mundo empresarial.
Quando a promessa foi cumprida, a sensação de valor recebido e pago favoravelmente mensurada e acesso ao sucesso almejado, é que as portas se abrem para novas possibilidades e a realidade se torna o sonho. Imagine seu funcionário resolvendo um problema grave de um cliente e testemunhá-lo grato e feliz, e agradecer a ele. Cliente feliz, funcionário com senso de propósito.
Um negócio com integridade total, inclui interações ganha-ganha em todas as relações. Um bom negócio, é bom, quando é bom pra todos. Parece sonho idealista? Se sim, é porque é, mas não deixa de ser o objetivo.
O alvo é: Não apenas clientes, mas fãs verdadeiros com relacionamentos genuínos com a marca, e provedores de feedbacks elaborados e refletidos. Buscamos pessoas que atingem o sucesso prometido por meio do caminho que criamos, vendemos e entregamos. E mais, recorrentemente.
Avaliar o processo e compreender cada etapa em profundidade.
Se tudo ocorreu bem até aqui, é hora de avaliar o negócio. A gestão assertiva de todos os aspectos do negócio, a alocação do tipo certo de atenção e esforço em cada fator do empreendimento. Análise no final do processo é sobre ganhar consciência, clareza, direção, controle e diagnóstico. Consciência profunda é a chave, para ver e entender o significado atrás de cada aspecto do processo, e as consequências, e as interconexões.
Dados inteligentes, hoje em dia valem mais do que petróleo. Com informações profundas, precisas e acessíveis um empreendedor pode fazer movimentos extremamente assertivos em sua estrategia. Ser capaz de ter perspectiva, sobre o processo genuíno de uma empresa, é quase um poder mágico. Riqueza de informação e capacidade de interpretação, além do espírito inventivo e curioso do empreendedor – em inventar perguntas novas e muito difíceis de serem respondidas – faz com que respostas improváveis, sejam possíveis. De fato, a pergunta “É possível melhorar isso?” deixa de ser reflexão, começa a incitar iniciativa.
Se você é capaz de extrair informações do seu negócio para responder perguntas e visualizar possibilidades, você se torna mais poderoso. Não é apenas sua intuição apontando o caminho mais assertivo, agora são duas amigas. Informação e intuição.
Informação sobre decisões, eficiências, pessoas, critérios, velocidades, preços, tempos, qualidade percebida, assertividade de planos estratégicos, horários de consumo, intervalos de consumo de clientes recorrentes, margens de lucro, perdas e roubos, etc. Jamais subestime o que informações combinadas podem te revelar!
O alvo é: Total entendimento e consciência do processo.
É crítico para o sucesso que o empreendedor saiba a ordem dos fatores, e o aspecto principal de cada etapa no processo de construção e gestão do negócio. Tendo o exposto acima em mente, o sucesso nos negócios pode ser definido mais precisamente e objetivamente.
- Valor gerado consistentemente
- Consciência da marca e confiança
- Posicionamento assertivo e vendas previsíveis
- Satisfação do cliente, entusiasmo e fidelidade
- Clareza e compreensão profunda sobre o negócio
Quando vemos uma flecha fincada no centro de um alvo, sabemos com certeza que a intenção do arqueiro foi concretizada. Então, para estarmos certos de um sucesso objetivo nos negócios precisamos visualizar a intenção concretizada, o sucesso feito e acabado. Bonitinho.
É comum mensurar esforços e criar indicadores de performance a respeito dos processos executados em projetos. O ponto principal é que precisamos compreender que devemos traduzir a concretude de uma intenção original em um indicativo descritivo objetivo. Afinal, assim como palavras apontam para significados, números apontam em uma direção. Há ainda de diferenciar indicadores de esforço e indicadores de resultado, mas isso é papo para mais tarde…
Números como indicadores de performance são essenciais, mas provoco aqui uma camada subjacente a discussão sobre indicadores, tais como LTV, Churn, NPS, etc. Minha intenção é responder o que é sucesso nos negócios, além da subjetividade e das narrativas individuais de cada empreendedor.
Para tal, a análise que proponho é a de descrever o sucesso, a situação-gatilho, o sentimento interno, a marca objetiva que figurativamente é análoga à imagem de uma flecha fincada no alvo.
Podemos afirmar que uma pessoa atingiu sucesso nos negócios, quando:
- Ela serve a um propósito útil, ou desejável, com know-how específico e replicável em processos previsíveis em todas as etapas dentre concepção e criação até análise e avaliação do negócio.
A demanda e o sucesso de muitos clientes-alvo, são evidências da assertividade da criação, do valor percebido e do domínio sobre como entregar aquele valor e seu destino emocional intrínseco, o aspecto aspiracional.
- A reputação e confiança de muitas pessoas no negócio, na comunicação e na marca, além de consciência a respeito do valor ofertado pelo empreendimento, se torne contínua, renovável e controlável.
Teoricamente, tamanha confiança inspira consumo repetido e fluxo positivo de indicações assertivas para novos clientes-alvo. Se um negócio consegue rastrear o comportamento de como a atenção das pessoas é afunilada até o negócio, e que tais pessoas encontram o negócio organicamente por domínio das ferramentas de marketing ou respaldo da efetividade para com outros clientes, é evidência de que esta etapa está dominada.
O negócio sabe atrair atenção das pessoas certas, clientes antigos consumem o valor quando recorrem ao desejo ou necessidade a qual esse valor foi projetado, há indicação orgânica para clientes qualificados e as pessoas conhecem profundamente a marca.
Conhecer a própria mensagem, propósito e expressividade para comunicar com clareza o valor proposto e atrair atenção genuína, é uma marca do domínio desta fase do processo.
- O negócio é capaz de converter a atenção das pessoas com taxas conhecidas. Fazendo dinheiro suficiente para financiar a melhor infraestrutura necessária disponível, realizar investimentos de amadurecimento no negócio, recompensar por meio de lucros o empreendedor e causar um efeito favorável e positivo no cliente na relação preço-valor, quando analisado por clientes reais.
Em suma, a estrutura de faturamento deve estar compatível com a estrutura de custos. Além disso, o domínio completo do processo de conversão é uma evidência do sucesso.
- O sucesso do cliente é a maior evidência desta fase do processo. Mas vale o aprofundamento sobre a vida útil do cliente para empresa, sua fidelidade, seu potencial de prover novas oportunidades de negócio, seus feedbacks construtivos e promoção da marca pelo seu comportamento genuíno.
Poder conscientemente desenhar uma empresa que pontue cada aspecto citado, com consistência e maestria, é o que constrói a excelência integrada tanto do benefício ao cliente quanto à consolidação da empresa. Mas vale ressaltar que a hierarquia dos aspectos aqui descritos precisa estar clara, a satisfação e sucesso do cliente vem primeiro.
São evidências do sucesso, os feedbacks positivos, os testemunhos autênticos, a assertividade e eficiência da solução, o aspecto enxuto da empresa para prover a experiência, e a transparência da informação e relação dessas informações a respeito de cada detalhe desta fase. Isto é, o entendimento quase que matemático das relações de custo benefício necessário para atingir cada objetivo estabelecido.
- Controle total sobre o instrumento. A empresa é rica de informação, o processo é autossuficiente. Sendo o empreendedor o operador da máquina, é preciso que ele saiba o que é o destino, como funciona a reação em cadeia de cada processo básico da empresa. De certo modo, esta fase de análise é a linha de chegada.
O destino emocional é a tranquilidade resultante de saber que se possui maestria sobre a atividade empreendedora. É possível ver todos os indicadores, números e complexidades rapidamente. Pode coletar feedbacks precisos sobre cada etapa dos processos da empresa. Os aspectos fundamentais do negócio foram mapeados e podem ser reproduzidos minimizando riscos e custos. Pivotar é uma possibilidade real. É evidente os pontos de necessidade de alocação de capital, atenção e trabalho.
Há clareza, há propósito, há tempo, há dinheiro, há responsabilidade, há senso de direção, há metas, há um plano a seguir, há informação, há ferramentas, há clientes, há satisfação, há vendas e há prioridades claras.
Dinamicamente, há ampla perspectiva e foco em alta precisão. Conhece-se profundamente cada alavanca, cada gargalo e cada nova necessidade em tempo real. É evidência do sucesso, informação que confirma a intencionalidade do operador da máquina.
“Aquele é um empresário que sabe o que está fazendo. ”
Parte do sucesso não é só a flecha fincada no alvo, pode ter sido sorte. Competência e intencionalidade, o arqueiro querer e conseguir acertar, são elementos constituintes do sucesso nos negócios.
Valor
- Utilidade
- Prazer
- Conforto
- Simplicidade
Atenção
- Confiança
- Clareza
- Marca
- Significado
Venda
- Posicionamento
- Custos
- Investimento
- Lucro
Satisfação
- Relacionamento
- Benefício
- Feedback
- Network
Clareza
- Controle
- Simplificação
- Perspectiva
- Precisão
É do aprofundamento primário e da simplificação final que o empreendedor desperta foco e intencionalidade. O foco primeiro é construir e fazer funcionar, o segundo otimizar e prover informação, o terceiro simplificar e interpretar.
Ao final de uma obra empreendedora, a atribuição principal é a de garantir a ordem e a saúde do empreendimento. Concluir um projeto com excelência antes de iniciar outro, é o que separa comerciantes de empresários. É foco que separa entusiastas de profissionais.
Afinal, então, o que faz um empreendedor?
Quais são seus objetivos, suas funções diárias, seus horários e sua identidade?
O empreendedor faz empreendimentos.
Constrói pontes entre desejos e os processos que entregam a satisfação. Faz a ponte entre problemas e soluções. Não de maneira desgovernada, mas intencional, sistemática e lucrativa (seja financeiramente ou socialmente, preferencialmente ambas).
Seu objetivo é reunir todos os elementos de um negócio, integrar suas funções e encontrar sinergias e alavancas para atingir objetivos claros e definidos. Suas funções diárias são de operar (i) e avançar (ii). Realizar o que é preciso, mesmo que artesanalmente, até que seu avanço paralelo finalize um processo industrial.
Das definições aqui levantadas, exploraremos os pontos focais em um próximo texto. Construiremos juntos um poderoso painel de comando capaz de sumarizar indicadores e conexões de interpretação que permitem agilidade no processo de decisão e tomada de atitude prática. Uma forma de se ter uma estrategia viva.
Da história de Bill Gates e Warren Buffett, deixo uma última reflexão. Hoje, qual o seu grande objetivo empreendedor, sua perspectiva ampla? E qual o seu próximo foco, sua próxima meta? Há conexão entre os dois?
Sucesso Empresarial
Sucesso empresarial não é tão pessoal assim. Se trata de domínio completo do processo. Cada etapa têm critérios específicos, e notadamente necessitam de ações específicas para que tais critérios sejam respeitados para cada pessoa que importa. Sucesso empresarial pode ser definido como materialização de uma ideia na realidade. Um modelo real de uma ideia. Essa ideia é independente do autor original, ela tem vida própria, propósito e consequências. Sucesso empresarial é ter uma empresa de sucesso, e a definição de uma empresa, como vimos, não é tão simples. Não é complexo também, porém. Ao ter visão clara sobre os alvos, é questão de perseverança e trabalho duro eficiente.